Mães correm riscos de desenvolver patologias se
não corrigirem suas posturas
O dia-a-dia
de uma mãe envolve muitas atividades repetitivas, com movimentos de agachar,
levantar e sentar, sem contar o carregamento de peso que é levar o bebê de lá
para cá. Por isso, muitas mães reclamam de dores nas costas, nos ombros e no
pescoço durante o período pós gestacional.
O maior
equívoco das mulheres, segundo a fisioterapeuta Silvia Canevari Barros, membro
da Sociedade Brasileira de RPG e diretora do ITC Vertebral de Jundiaí, é achar
que as dores são causadas pela anestesia do parto. "O mais comum é que
esse tipo de dor já exista antes da gravidez e piore com a gestação e o pós
parto".
As
alterações corporais sofridas durante a gestação podem
causar ou agravar dores anteriores. "Com o passar dos meses o bebê cresce
e ocorre o deslocamento do centro de gravidade para frente, alteração e
acomodação do eixo do equilíbrio e consequente aumento da lordose lombar",
explica a especialista.
De
acordo com Silvia, isso provoca uma sobrecarga nos muslos, nos ligamentos e nas
articulações intervertebrais. "É importante previnir desde o pré-parto,
tomando cuidado com as posturas e, quando liberado pelo obstetra, praticando
atividade física orientada por um fisioterapeuta", alerta.
Além
da falta de cuidados durante a gravidez, as dores posturais muitas vezes são
causadas por tarefas do dia-a-dia realizadas de forma incorreta, como
exemplifica a fisioterapeuta: "Durante
a amamentação, a mãe fica na mesma postura sustentando o bebê no braço com a
cabeça inclinada por um longo período".
Com o
passar do tempo, sem o devido cuidado e tratamento, a má postura no cuidado com
o bebê pode ter graves consequências. "Podem aparecer patologias
associadas, como o desgaste das articulações e até mesmo lesões nos discos
intervertebrais", previne Silvia.
É preciso
ter atenção ao posicionamento do corpo na realização das atividades, à altura
dos móveis, à ergonomia e forma de posturar-se durante as atividades. Por isso,
perguntamos à especialista sobre os movimentos mais errados que as mães fazem e
quais são as formas corretas de fazê-los. Confira a seguir:
Amamentando
o bebê:
Escolha uma
cadeira com braços e encostos confortáveis, e sente o mais para trás possível.
Deixe os pés apoiados em uma banqueta ou prancha, para facilitar a circulação
sanguínea. Coloque o bebê sobre uma almofada ou travesseiro no colo para
aproximá-lo do seu corpo e procure não inclinar a cabeça para olhar o bebê por
muito tempo. Se possível, procure alternar o braço de apoio do bebê na próxima
mamada.
Banhando ou trocando as
fraldas:
Coloque a
banheira ou trocador a uma altura em que a coluna permaneça ereta e sem curvar
para a frente, pode ser uma mesa ou um suporte próprio. Coloque uma perna na
frente da outra e dobre os joelhos ao se agachar. É importante contrair o
abdômen durante a atividade também.
Tirando
ou colocando o bebê no berço:
Dê
preferência a berços com grades que tenham altura regulável, assim não será
preciso fazer uma inclinação curvando a coluna a frente para colocar ou pegar o
bebe. Mas, caso isso não seja possível, lembre-se de manter a criança mais
próxima ao seu corpo. Aqui também é importante manter o abdômen contraído.
Segurando
bebê em pé:
Evite
projetar o quadril e abdômen para frente. Esta postura, de forma repetitiva,
dificulta bastante o retorno da tão desejada boa forma.
A
fisioterapeuta ainda recomenda a utilização de sapatos baixos e confortáveis,
além de não passar muito tempo sentada durante o trabalho. Organize-se para que
possa levantar de tempos em tempos e esticar as pernas e a coluna, recomenda.
Dra. Silvia Canevari Barros
- Fisioterapeuta Responsável pela Unidade ITC Vertebral Jundiaí, pós
graduada em Terapia Manual e Postural pelo Instituto Salgado Saúde Integral e
especialista em RPG pelo Método Souchard. Além disso, é membro da Sociedade
Brasileira de PRG e Instrutora de Pilates pela Escola Pilates Nova Postura.
Mais informações em www.corpoecoluna.com.br