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terça-feira, 26 de julho de 2016

Quer ajudar uma criança com câncer? Doe plaquetas



Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica reforça necessidade da doação de aférese para auxiliar tratamento de crianças e adolescentes à base de quimioterapia

A doação de sangue auxilia muitas pessoas: vítimas de acidentes, quem enfrenta hemorragias, cirurgias, tratamentos de doenças ligadas ao sangue entre outros. Porém, ainda pouco conhecida pela população brasileira, a doação de plaquetas, que é feita de uma maneira diferente, por “aférese”, também tem papel fundamental no resultado do tratamento e recuperação de crianças e adolescentes com câncer. As informações e orientações são da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE). 

“O sangue é composto por hemácias, glóbulos e plaquetas, essas últimas responsáveis por coagular o sangue e parar sangramentos. A produção de todos os elementos do sangue para quando uma criança recebe quimioterapia, pois os medicamentos não agem somente sobre as células cancerígenas. No combate ao câncer as células sadias também têm sua produção comprometida e com muita frequência as crianças precisam de transfusões de sangue”, explica Adriana Seber, oncohematologista pediátrica da SOBOPE. 

Infelizmente, nas doações comuns, o número de plaquetas é muito pequeno. Já com a ajuda do equipamento de aférese, é possível coletar o numero de plaquetas que seis a oito pessoas teriam que doar pela maneira convencional. Além disso, as plaquetas só continuam a trabalhar por poucos dias depois que são doadas, fazendo com que o estoque tenha que ser continuamente renovado. Imaginem o problema que as crianças enfrentam em feriados prolongados como carnaval ou natal.  Plaquetas facilmente podem faltar. 

O equipamento de aférese separa as plaquetas das hemácias e do plasma e o procedimento de coleta dura uma a duas horas. O sangue é coletado da veia do braço, separado, e só as plaquetas são coletadas; todo o resto é devolvido para o doador. 

Para a aférese, a preparação é a mesma que a de doação de sangue: estar descansado, fazer refeições leves, não consumir bebidas alcoólicas. A única diferença é que não é permitido o consumo de ácido acetilsalicílico (aspirina) 24 horas antes da aférese. Com cada doação de sangue você vai poder salvar muitas vidas, pois estará doando em algumas horas o mesmo que 6 a 8 doadores comuns juntos. 

“A doação pode ser recebida por qualquer pessoa que esteja em tratamento oncológico à base de quimioterapia, principalmente as crianças que precisam de transplante de medula óssea, cujo tratamento quimioterápico é mais agressivo”, ressalta a médica que atua na pediatria.  

Adriana alerta que o melhor doador de sangue é aquele voluntário e sempre há necessidade de mobilização quanto a doação, pois a demanda é grande e urgente de plaquetas. “O brasileiro é muito solidário. Sempre que alguém conhecido precisa de sangue, faz a doação. Porém, a doação voluntária e repetida acontece muito pouco, principalmente a de plaquetas, que é pouco conhecida, mas fundamental para pacientes que estão em recuperação de doenças graves como o câncer”, explica. 

Não há obrigatoriedade de compatibilidade sanguínea para a doação de plaquetas, embora seja preferível. A doação, segundo a RDC 34 de 11 de junho de 2014, determina que a doação de plaquetas por aférese seja repetida, se necessário, com intervalo mínimo de 48 horas, e no máximo quatro vezes por mês, 24 vezes ao ano por indivíduo. Para doar, procure o hemocentro mais próximo e informe se esse tipo de procedimento é realizado.



Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE)
A SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infantojuvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em âmbito multiprofissional

É comum fazer tratamento de canal em crianças?



Especialista em Odontopediatria diz que sim e explica por quê

O tratamento de canal, ou tratamento endodôntico, é um procedimento restaurativo realizado quando o nervo de determinado dente foi abalado. Geralmente, só de ouvir a palavra ‘canal’ muitas pessoas fazem cara de dor. O tratamento consiste na retirada do nervo (polpa), limpeza e irrigação do canal, e obturação desse espaço com a preservação da função e estética. Apesar de ser mais comum em adultos, o dano ao nervo pode acontecer ainda na infância. Até crianças com dente de leite às vezes têm de ser submetidas ao tratamento de canal.

De acordo com a odontopediatra Helenice Biancalana, diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), o tratamento endodôntico, hoje em dia, é muito mais simples do que se possa imaginar. Geralmente, o tratamento é realizado em uma ou duas sessões. “Com exceção de casos mais graves, como em processos infecciosos, lesões (abscessos ou cistos), ou quando pode ter havido fratura de raiz, por exemplo, o tratamento de canal pode levar de uma a três consultas e deve ser realizado inclusive nos dentes de leite. Isto porque a troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes costuma ocorrer entre seis e doze anos e não se deve correr o risco de extrair o dente com a polpa afetada sem perspectiva de que seu substituto vá nascer logo. Manter o dente de leite da melhor forma possível é uma garantia de que o espaço, a função e a estética serão preservados, evitando problemas no futuro”. 

A cirurgiã-dentista afirma que os pais devem prestar atenção às queixas das crianças em relação à dor de dente forte ou ainda ao “choque” quando há contato com bebidas e comidas muito quentes ou geladas. “Também é fundamental consultar um cirurgião-dentista quando um dentinho da criança evidencia mudança na coloração, ou ainda quando a gengiva em torno de determinado dente se mostra avermelhada e sensível por vários dias, atrapalhando a mastigação. Como esses sintomas indicam apenas uma suposição ou um sinal, a radiografia é que vai conduzir o especialista ao tratamento adequado”. 

Nos Estados Unidos, de acordo com a Associação Americana de Endodontistas, por ano são realizados cerca de 15 milhões de tratamentos de canal, ou seja, mais de 41 mil por dia. No Brasil, esse tratamento também é muito recorrente nos consultórios dentários. “Tudo deve ser feito no sentido de evitar a perda do dente. Isto porque as complicações são inúmeras: desde alteração de fala, até comprometimento da mastigação, maior dificuldade de higiene diária, pressão extra no tecido onde foi extraído o dente, além de insegurança e impacto na autoestima da criança”, diz Helenice. 

A terapia, de acordo com a especialista, consiste no diagnóstico e tratamento da inflamação ou infecção que está atingindo a polpa no interior da raiz do dente, além do entorno. Apesar de simples, quando um tratamento de canal não é bem realizado, pode haver desdobramentos bastante arriscados, como a inflamação da membrana que reveste o pulmão (mediastinite), ou ainda um quadro de infecção da membrana interna que reveste o coração (endocardite). Nestes casos, depois de um tratamento malsucedido o paciente começa a desenvolver sintomas como febre, mal-estar, formação de abscessos e, inclusive, o dente volta a doer. Recorrer ao cirurgião-dentista e reportar os sintomas é um primeiro passo antes do retratamento do canal. 



 Dra. Helenice Biancalana - cirurgiã-dentista, diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) www.apcd.org.br

CÂNCER DE MAMA



Como evitar o resultado falso-negativo?

Anualmente, mulheres com mais de 40 anos devem procurar um ginecologista e colocar a saúde em dia. Isso inclui a realização da mamografia – que ainda é considerada padrão-ouro quando se trata do diagnóstico precoce de câncer de mama. De acordo com o INCA, devem surgir quase 58 mil novos casos da doença em 2016. O sintoma mais comum é o surgimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular. Mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama incluem dor, descamação, ulceração ou alterações da pele que reveste o mamilo, além de secreção papilar. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila. Apesar de não muito frequente, o resultado falso-negativo ainda preocupa os radiologistas, por dar uma falsa sensação de segurança para a paciente.

De acordo com a médica radiologista Vivian Schivartche, especialista no diagnóstico da mama do CDB Premium, ao contrário do falso-positivo – que pode acontecer pela sobreposição de estruturas normais da mama nas imagens – o falso-negativo resulta da dificuldade de identificar determinados tumores em fase inicial. “Novos recursos muito utilizados hoje em dia, como a tomossíntese ou mamografia 3D, têm conseguido reduzir a ocorrência de falsos-negativos em até 30%. Além disso, quando a dúvida persiste em pacientes de alto risco, podemos recorrer a exames complementares fundamentais, como a ultrassonografia (com doppler ou elastografia) e a ressonância magnética”.

Diferentemente da leve compressão mamária necessária nos exames de mamografia e tomossíntese, a médica explica que o ultrassom não comprime a mama nem usa raio-X. “O aparelho é passado sobre a mama com gel, que é um bom condutor, para checar se há alterações que indiquem a presença de tumor. Outros métodos podem ser adicionados, como o doppler e a elastografia, para decidir se a alteração percebida deve ser biopsiada ou acompanhada”, diz Vivian – lembrando que a ressonância magnética também pode ser empregada para avaliar a extensão das alterações percebidas nos primeiros exames. “Vale ressaltar que a ressonância também é muito empregada quando há suspeita de que a prótese mamária, geralmente de silicone, sofreu ruptura. Nesse exame também não há compressão das mamas. A paciente permanece deitada de barriga para baixo durante poucos minutos em que a prancha passa pela pelo equipamento cilíndrico”.

Dados do National Cancer Institute, nos Estados Unidos, revelam que, em geral, a mamografia detecta cerca de 85% dos tumores.  Os 15% restantes são os falsos-negativos, que dão uma sensação incorreta de que está tudo bem com a paciente. A principal causa dos falsos-negativos, na opinião de Vivian Schivartche, é a densidade mamária. “O problema das mamas densas é que nem sempre os resultados da mamografia são conclusivos. A composição mamária está relacionada às quantidades relativas de gordura (‘escura’ na mamografia) e tecido fibroglandular (‘branco’ na mamografia). Nem sempre as imagens são claras o suficiente e acabam por deixar dúvidas, já que os tumores também são densos (‘brancos’), dificultando a diferenciação entre os tecidos”.

A especialista afirma que, em média, uma em cada cinco lesões detectadas também deixam dúvidas e precisam ser avaliadas por outros métodos. “Pacientes com mamas densas, que têm tecido cicatrizado, calcificações, implantes de silicone, ou mesmo mulheres que estão fazendo terapia de reposição hormonal, podem dar margens a resultados falsos-positivos. Nesses casos, também é importante integrar os resultados da mamografia com outros exames de imagem para que a paciente possa ficar mais tranquila em relação à sua própria saúde. Seja como for, o hábito de fazer mamografia uma vez por ano salva muitas vidas, já que o câncer de mama, quando diagnosticado logo no início, é passível de tratamento e cura”. 



Dra. Vivian Schivartche - médica radiologista do CDB Premium (CDB Medicina Diagnóstica), especialista no diagnóstico da mama – www.cdb.com.br

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