Consideradas
compulsivas na hora de comprar, mulheres vêm mostrando mais disciplina e
consciência na hora de gastar
Tradicionalmente rotuladas como
compulsivas na hora de comprar, principalmente se estiverem com cartões de
crédito nas mãos, as mulheres vêm mostrando que este tipo de comportamento já
não faz mais parte da realidade feminina. A conquista de novas colocações
profissionais, somada a necessidade de planejar e administrar o orçamento
doméstico, vem trazendo mais disciplina e consciência na hora de gastar.
Segundo o diretor de Marketing e
Relacionamento da Sorocred, Wilson Justo, com tantas responsabilidades
adquiridas no decorrer dos últimos anos, as mulheres estão se aperfeiçoando na
gestão financeira de seus recursos, fugindo dos gastos excessivos e,
consequentemente, das dívidas. “De acordo com informações do Censo realizado em
2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 38,7% das
famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. E isto reflete diretamente no
poder de decisão no momento do consumo, cada vez mais em mãos femininas”,
informa.
Para Justo, a provedora de uma
família tende a ser ainda mais conservadora, optando por poupar ao invés de
cair nas armadilhas das compras por impulso. Na Sorocred, 57% da base de
portadores de cartão de crédito é composta por mulheres. “Este número é
bastante representativo se consideramos que pouco mais de 50% dos cartões de
crédito emitidos no Brasil pertence ao público feminino, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços (Abecs)”,
conta.
No entanto, informações da Pesquisa
de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram
que, em 2014, o cartão de crédito foi o tipo de dívida mais citado pelas
famílias brasileiras (75,3%), seguido por pagamentos em carnê (17%) e
financiamento de carro (13,8%).
E para aquelas que ainda utilizam o
cartão de crédito de forma desorganizada, o executivo é categórico. “É a hora
de ‘discutir a relação’ com o seu cartão. O primeiro passo é não incorporar o
limite do cartão de crédito a sua renda mensal”, alerta. Ele explica, ainda,
que o limite do cartão de crédito é uma comodidade, pois está a mão sem a
necessidade de nenhum procedimento burocrático (como a solicitação de um
empréstimo pessoal a uma financeira ou a um banco), porém deve ser utilizado
com cautela e objetivos bem determinados.
Abaixo, Wilson Justo dá algumas dicas
para as mulheres que desejam aproveitar todos os benefícios de seus cartões de
crédito, sem problemas de endividamento:
· Observe a data de vencimento da
fatura. Procure adequá-la à data de recebimento do salário ou de alguma
outra renda mensal e recorrente;
· Conheça a data de corte de seu cartão
de crédito, ou seja,
a data de fechamento da fatura, em que as compras realizadas posteriormente
serão debitadas apenas a partir da fatura subsequente. Algumas compras ganham
prazos de até 40 dias para serem pagas! Conhecer este mecanismo pode ajudar a
pessoa física a reorganizar as suas contas e não se apertar em situações de
força maior;
· O cartão de crédito deve ser
utilizado quando oferecida uma boa oportunidade. Neste sentido, muito
cuidado com os parcelamentos a perder de vista. Vivemos em um cenário econômico
volátil, por isso a prudência é a palavra de ordem quando se fala em
cartão de crédito;
· Quando utilizar o cartão de crédito,
não deixe de solicitar e guardar a sua via do recibo, cedido pelo
estabelecimento comercial na hora da compra.. Habitue-se a fazer um controle
manual ou uma planilha considerando estes valores. Este procedimento evita a
sensação de que aquela aquisição já foi paga simplesmente por termos passado o
cartão na loja;
· Diálogo aberto com os portadores dos cartões
de crédito adicionais. Para evitar surpresas e desgastes nos
relacionamentos, as compras devem ser realizadas com a anuência de todos;
·
Não atrase o pagamento
da fatura e procure fugir do crédito rotativo. Em um cenário de alta das
taxas de juros e retorno da inflação só entre no rotativo em último caso e pelo
menor tempo possível;
·
Antes de sair às
compras, faça uma lista. Levar uma lista é uma forma de reduzir o seu campo de atuação em um
supermercado, por exemplo. Sabendo do que precisa, você se limita aos
corredores nos quais estão expostos estes produtos e evita gastos supérfluos.
Justo aproveita para ressaltar que
não vale a pena ficar prisioneiro da calculadora. Ele acredita que gastar o
dinheiro de forma consciente é também saber utilizá-lo para um consumo
saudável. “A natureza feminina é muito sensível e toda mulher merece ter
recursos para cuidar de sua saúde, beleza e bem-estar. Esses pequenos mimos
devem ser mantidos, pois são eles que as tornam ainda mais completas, felizes e
muito mais preparadas para enfrentar os desafios do mundo moderno”, afirma.