Governo italiano
pretende fornecer benefícios extras, incluindo moradia, curso de idioma e
passagens aéreas aos profissionais. O passaporte italiano pode garantir
facilidade no processo
A Itália enfrenta um déficit de mão de obra
qualificada na área da saúde, especialmente de médicos, enfermeiros e técnicos
de enfermagem. Diante da urgência, o governo italiano vem recrutando trabalhadores
de diversas localidades, incluindo brasileiros. Os salários podem chegar a até
7 mil euros mensais (aproximadamente R$ 44 mil), dependendo da função, da
experiência e da região, além de bonificações que, em alguns casos, podem
incluir passagem aérea, moradia e até curso de idioma.
Há também outras possibilidades de atuação em
programas regionais e projetos sociais, o que reforça o interesse do país em
atrair profissionais estrangeiros. Nesse cenário, a dupla cidadania surge como
um facilitador importante, garantindo mobilidade internacional, segurança
e estabilidade para quem deseja atuar no exterior.
Para o advogado Fábio Gioppo — especialista em
Direito Internacional, Migração e Cidadania Italiana — essas oportunidades
beneficiam tanto o país quanto os trabalhadores estrangeiros. “Levar
profissionais brasileiros para a Itália é uma via de mão dupla, que gera
benefícios mútuos. A alta demanda por profissionais de saúde, aliada a
incentivos regionais e pacotes de acolhimento, torna a Itália um destino
estratégico. Para aqueles que já possuem o passaporte europeu, a transição é
ainda mais ágil e menos burocrática, com direitos plenos de trabalho e acesso
facilitado a benefícios sociais e profissionais”, analisa o especialista.
Apesar do cenário favorável, para conquistar uma
vaga é necessário seguir alguns critérios: acompanhar os editais regionais e os
portais oficiais de emprego italianos, reunir documentos acadêmicos (diplomas e
certificações), providenciar traduções juramentadas e apostilamento, além de
solicitar o visto de trabalho junto ao Consulado da Itália no Brasil. Outra
medida essencial é a inscrição nos órgãos de classe: médicos no Ordine dei
Medici e enfermeiros no Ordine delle Professioni Infermieristiche.
A escassez de mão de obra e os
desafios para a Itália
A proposta de captar profissionais formados no
exterior ganhou força após o Decreto Milleproroghe, que permitiu que
estrangeiros atuem no país enquanto aguardam a validação de seus títulos. Essa
medida, ainda que temporária, foi um passo importante diante da ausência de
profissionais qualificados no mercado italiano.
O Conselho de Ministros da Itália anunciou ainda a
previsão de emissão de quase 500 mil vistos de trabalho para cidadãos de fora
da União Europeia entre 2026 e 2028, com o objetivo de acolher e integrar
trabalhadores estrangeiros nas comunidades locais.
Segundo Fábio Gioppo, esse decreto demonstra que a Itália busca equilibrar a necessidade de profissionais com processos mais ágeis de inserção no mercado de trabalho. “Embora ainda existam tentativas de limitar o direito à cidadania apenas a filhos e netos — restrição que entendemos ser inconstitucional e contrária ao princípio do iure sanguinis — o Decreto Milleproroghe segue em outra direção. Ele evidencia que, quando necessário, o país flexibiliza regras para acolher talentos e fortalecer sua economia. Esse contraste mostra que é possível equilibrar regras rígidas com soluções práticas que beneficiam tanto a Itália quanto os profissionais estrangeiros”, conclui.
Gioppo & Conti
www.gioppoeconti.com.br
Instagram e Youtube, @gioppoeconti
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