Besouro invasor já afeta mais de 50 países e ameaça culturas produtivas e ornamentais
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
alerta os produtores sobre a presença no Brasil do besouro Rhynchophorus
ferrugineus, conhecido como bicudo-vermelho-das-palmeiras.
Trata-se de uma praga quarentenária de origem africana,
que ataca tanto espécies ornamentais quanto produtivas, representando risco
significativo para cadeias como as de coco, palmito e dendê.
Primeira Detecção no País
A praga foi identificada em janeiro de 2022, no interior paulista,
por equipe liderada pelo pesquisador científico Dr.Francisco José Zorzenon,
do Instituto Biológico. A análise taxonômica e molecular (DNA) confirmou a
espécie, e a ocorrência foi prontamente notificada ao MAPA.
O inseto teria ingressado no Brasil pelo Rio Grande do Sul, proveniente do
Uruguai, junto a palmeiras que entraram provavelmente de forma clandestina.
Desde então, novas amostras têm sido recebidas, inicialmente do RS e mais
recentemente até de Minas Gerais, indicando possível
expansão territorial.
Potencial de Impacto
As fêmeas do bicudo perfuram as palmeiras para oviposição; as
larvas alimentam-se da região do palmito, comprometendo o crescimento da planta
até sua morte. O histórico em outros países mostra consequências
devastadoras. Segundo o Dr. Zorzenon, é imprescindível que o
Brasil adote ações coordenadas de monitoramento e controle, sob
liderança governamental.
Pesquisa Paulista a Serviço do Brasil
O Instituto Biológico atua como
referência nacional no monitoramento da praga e no mapeamento de sua dispersão.
Essa etapa é considerada fundamental para viabilizar, posteriormente, as
estratégias de combate mais eficazes.
Fortalecimento da Vigilância Fitossanitária
Para ampliar a capacidade de resposta, o Instituto Biológico e a Defesa
Agropecuária preparam um programa de atualização técnica
para engenheiros agrônomos, técnicos e fiscais estaduais. O treinamento abrangerá:
- Identificação da praga em todos os
estágios (ovo, larva, pupa e adulto);
- Sintomas de infestação em plantas;
- Protocolos de monitoramento, incluindo uso de armadilhas de feromônio, inspeções visuais
e amostragem de campo.
A Defesa Agropecuária já mantém
rotinas permanentes de inspeção em viveiros e pontos de comercialização de
mudas, com foco na detecção de sinais de infestação e na verificação da
documentação fitossanitária obrigatória (PTV, CFO e CFOC). Essas medidas têm
como objetivo a prevenção e a detecção precoce da
praga, reduzindo riscos de disseminação.
Cooperação Federativa
As ações do Estado de São Paulo estão alinhadas ao MAPA, garantindo resposta rápida e padronizada para organismos quarentenários.Segundo o engenheiro agrônomo Alexandre Paloschi, chefe do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal da CDA, essa integração demonstra o compromisso de proteger as cadeias produtivas e assegurar a competitividade da agricultura paulista e brasileira.
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