Educação empreendedora estimula
criatividade e prepara jovens para os desafios do século XXI
O empreendedorismo é considerado um dos motores mais importantes
da economia brasileira, impulsionando inovação, gerando empregos e movimentando
setores inteiros com a criação de novos negócios. Não por acaso, em 5 de
outubro é celebrado o Dia do Empreendedor, data que marca a regulamentação da
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (2006), um marco para quem decide investir
em suas próprias ideias e transformá-las em oportunidades.
Segundo o Global Entrepreneurship Monitor, elaborado no Brasil
pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em
parceria com a Anegepe (Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em
Empreendedorismo), o Brasil possui mais de 47 milhões de empreendedores em
negócios formais e informais. Além disso, o Sebrae e a Anegepe também apontam
que 6 em cada 10 brasileiros têm o sonho de empreender.
Mas, para fomentar o empreendedorismo, ele precisa ser ensinado
desde cedo.
Por isso, diretrizes dos ODS (Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas), e a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), incentivam que as escolas promovam
experiências que estimulem o protagonismo, a autonomia e a capacidade de
resolver problemas de forma criativa. Assim, o empreendedorismo deixa de ser
apenas uma competência de mercado e passa a ser entendido como um aprendizado
essencial para a formação integral do estudante.
Por que as escolas devem investir no ensino do
empreendedorismo?
Na opinião do professor da Escola Internacional de Alphaville (Barueri/SP), Rodrigo Araújo Ferreira, o papel da escola é criar um ambiente onde os alunos possam experimentar, errar, inovar e aprender com cada processo. Incentivar essa mentalidade desde cedo significa preparar jovens para lidar com desafios complexos, tomar decisões conscientes e atuar como agentes de transformação.
“O ensino de empreendedorismo deve estar no centro da
formação do jovem do século XXI. A escola precisa ir além do conteúdo acadêmico
e preparar os estudantes para um mundo em constante transformação. Investir em
empreendedorismo é investir em protagonismo, autonomia e visão de futuro”,
afirma o docente.
Quais habilidades os jovens podem adquirir com o ensino do
empreendedorismo?
De acordo com a diretora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick (São Paulo/SP), Teca Antunes, o aprendizado empreendedor desenvolve
competências socioemocionais fundamentais, como liderança, criatividade,
comunicação e resiliência. “Ao lidar com projetos práticos, eles aprendem, por
exemplo, a trabalhar em equipe e a tomar decisões responsáveis. São habilidades
que ajudam o jovem a lidar com incertezas e a encontrar soluções inovadoras
para problemas reais. O grande ganho é formar jovens que não apenas sonham, mas
que sabem colocar suas ideias em prática de maneira ética, colaborativa e
sustentável”, explica.
Como a cultura maker pode ajudar?
A cultura maker, fortemente associada à metodologia STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), que estimula o “aprender fazendo”, é um recurso poderoso para aproximar os alunos da prática empreendedora, transformando a sala de aula em um verdadeiro laboratório de criatividade e inovação.
No BIS, a Cultura Maker vai muito além de construir criações com as próprias mãos: é uma forma de aprender a pensar, testar ideias e solucionar desafios de verdade. Nossos alunos vivenciam isso tanto nas atividades pedagógicas propostas no dia a dia quanto em programas como o The Masters, uma olimpíada internacional realizada na Inglaterra com foco em empreendedorismo, inovação e liderança, onde transformam conceitos em projetos concretos.
É incrível ver como essas experiências fortalecem a
autoconfiança, despertam a criatividade e preparam cada estudante para enfrentar
desafios com uma mentalidade inovadora.” — Alessandra Pellegrino, Diretora
Executiva do BIS.
Dicas de como trabalhar o assunto em sala de aula
O empreendedorismo não está distante da realidade escolar: pelo contrário, pode nascer e ser explorado a partir de experiências simples e práticas em sala de aula. Segundo Rodrigo Morais, gestor do colégio Progresso Bilíngue (Unidade Taquaral Campinas/SP), uma das estratégias práticas para abordar o tema é promover feiras e bazares, em que os alunos criam produtos e vivenciam todas as etapas de um negócio, da concepção à venda. Outra possibilidade é incentivar que identifiquem problemas reais da comunidade escolar e proponham soluções criativas, exercitando visão crítica e responsabilidade social.
A simulação de empresas fictícias também é um recurso eficiente para despertar o espírito empreendedor, já que os estudantes assumem diferentes papéis e compreendem a dinâmica de gestão de um negócio. Os jovens podem ainda ser estimulados a apresentar suas ideias de negócio em formato de pitch, desenvolvendo assim a clareza de comunicação e a capacidade de convencimento. “Projetos interdisciplinares, feiras de inovação, resolução de problemas do cotidiano e simulações de negócios são estratégias eficazes para despertar o olhar empreendedor ainda na escola. Com iniciativas como essas, mostramos que empreender é um exercício de criatividade, colaboração e propósito, acessível a qualquer estudante”, finaliza.
Rodrigo Araújo Ferreira - economista, mestre em economia e possui doutorado em administração pela USP. Atua há mais de 15 anos em faculdades de negócios e é professor de economia e administração de negócios na Escola Internacional de Alphaville. É pesquisador na área de empreendedorismo e impacto social e atuou em projetos no Brasil e no exterior.
Teca Antunes - pedagoga, Mestre em Educação Especial e pós graduada nas áreas de Didática para Educação Bilíngue e Alfabetização. Tem experiência em sala de aula e na gestão de escolas bilíngues, além de atuar como formadora de professores em diversas áreas. Na Aubrick, atua na direção pedagógica promovendo o alinhamento de práticas frente ao projeto pedagógico da instituição, acompanhando o desenvolvimento profissional dos colaboradores e buscando construir uma experiência de excelência e relevância para todos os estudantes.
Alessandra Pellegrino - fundadora e Diretora Executiva do Brazilian International School. Desde a sua fundação, em 1999, ela se dedica à comunidade escolar com o mesmo amor e comprometimento. Sua missão profissional é colaborar com o desenvolvimento global de seus alunos, tendo as competências socioemocionais como prioridade. Alessandra é formada em Educação, com oito especializações, e possui pós-graduação em Psicopedagogia e Bilinguismo. Trabalha na área da educação há quase 40 anos. Alessandra também é autora colaboradora do livro “Soft-Skills Kids”.
Rodrigo Morais - gestor escolar, com 28 anos de experiência no setor educacional, com atuação em diversas áreas e instituições de renome. Possui graduação em Química pela USP/RP e MBAs em Gestão Empresarial pela FGV e em Gestão Escolar pela USP. Ao longo da carreira, ocupou posições de liderança, como Diretor Escolar, Coordenador de Curso de EAD e professor universitário em diferentes níveis. Tem experiência consolidada no desenvolvimento e implementação de projetos educacionais inovadores. Atualmente é Diretor Pedagógico no Colégio Progresso, Unidade Taquaral, em Campinas/SP.
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