Muitas dúvidas têm surgido recentemente sobre a Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (STFF), uma condição rara, mas extremamente grave, que pode colocar em risco um ou ambos os bebês quando não é diagnosticada e tratada a tempo.
A STFF afeta cerca de 15% das gestações de gêmeos que
compartilham a mesma placenta (monocoriônicas). O problema ocorre quando vasos
sanguíneos da placenta estabelecem conexões anormais, causando um desequilíbrio
na circulação entre os fetos. “Um dos bebês, chamado ‘doador’, pode perder
nutrientes e líquido amniótico, enquanto o outro, conhecido como ‘receptor’,
recebe sangue em excesso. Esse descompasso pode comprometer seriamente a saúde
de ambos”, explica o Prof. Dr. Rodrigo Ruano, referência internacional em
cirurgia fetal.
Segundo o especialista, o acompanhamento constante em
centros de Medicina Materno-Fetal é essencial para detectar a síndrome em
estágio inicial. “O diagnóstico precoce é o que garante maiores chances de
intervenção e de preservarmos as duas vidas”, destaca Ruano.
Entre as opções disponíveis, o tratamento intrauterino por
endoscopia fetal com laser é considerado o mais eficaz. O procedimento
cauteriza as conexões vasculares anormais da placenta e interrompe o fluxo
desigual entre os bebês. “A técnica aumenta de forma significativa as taxas de
sobrevivência e traz esperança real para as famílias. Mesmo sendo um
procedimento complexo, realizado em ambiente cirúrgico altamente controlado,
seus resultados superam os métodos convencionais”, reforça o médico.
Com mais de 20 anos dedicados ao estudo e ao tratamento da
STFF, o Dr. Ruano atua atualmente em Miami, nos Estados Unidos, onde recebe
gestantes de diferentes países. Sua contribuição é reconhecida também pela
literatura médica internacional. “Casos como esses mostram que precisamos
ampliar a informação e orientar gestantes de gestações monocoriônicas sobre os
riscos. Informação salva vidas”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário