Campanha oficializada por Projeto de Lei alerta
sobre diagnóstico precoce, vacinação contra HPV e novas alternativas
terapêuticas
O
mês de setembro marca a campanha Setembro em Flor, voltada à conscientização
sobre os cânceres ginecológicos e à importância da prevenção e do diagnóstico
precoce. Promovida pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), a
iniciativa busca sensibilizar a população para os riscos e cuidados
relacionados aos tumores que atingem o colo do útero, endométrio, ovários,
vagina e vulva.
A
campanha também avançou no campo legislativo ao ser reconhecida pelo Projeto de
Lei 5782/2023, que segue em tramitação e busca consolidar o movimento em nível
nacional.
Câncer de colo do útero: um dos mais preveníveis
De
acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a neoplasia de colo de útero
é o terceiro tumor mais incidente entre as mulheres brasileiras, com cerca de
17 mil novos casos por ano.
“Apesar
da gravidade, trata-se de um dos cânceres mais preveníveis, tendo como
principal causa a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), passível de
prevenção com a vacina disponível pelo SUS, indicada para meninas e meninos de
9 a 14 anos”, explica Diocésio Andrade, oncologista e membro fundador do EVA.
Em
agosto de 2025, foram aprovadas as novas diretrizes brasileiras para
rastreamento organizado do câncer de colo do útero, com a incorporação do teste
molecular para detecção do DNA-HPV oncogênico. O exame apresenta maior sensibilidade
em comparação ao rastreamento até então realizado exclusivamente por meio do
Papanicolau, que continuará sendo utilizado em situações específicas descritas
pelo Ministério da Saúde.
No
campo do tratamento, a Anvisa aprovou em 2024 a combinação de imunoterapia com
quimiorradioterapia, protocolo que reduziu em 30% o risco de morte e progressão
da doença, representando um avanço importante no cuidado das pacientes com
câncer de colo do útero.
Outros cânceres ginecológicos
Além
do colo do útero, tumores como o de ovário costumam evoluir de forma
silenciosa, sendo diagnosticados em estágios avançados em 75% dos casos. Já os
cânceres de endométrio, vagina e vulva podem se manifestar com sintomas como
sangramento irregular, corrimento incomum e dores na região pélvica.
“O
rastreamento para ovário e endométrio é mais complexo e exige avaliação clínica
detalhada, exames laboratoriais e de imagem, além de protocolos específicos
para mulheres com histórico familiar ou mutações hereditárias”, acrescenta
Diocésio.
Prevenção e sinais de alerta
De
acordo com o oncologista, medidas preventivas simples fazem grande diferença.
“Consultas regulares ao ginecologista, realização do rastreio (Papanicolau e
DNA-HPV oncogênico) e vacinação contra o HPV são atitudes essenciais para
reduzir os riscos de desenvolvimento do câncer de colo de útero”, ressalta.
Ele
reforça ainda que escolhas de estilo de vida contribuem para a proteção.
“Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios regularmente, controlar
o peso e evitar tanto o cigarro quanto o consumo excessivo de álcool reduzem de
forma significativa a chance de desenvolver diferentes tipos de câncer
ginecológico.”
Alguns
tumores podem apresentar sinais já nas fases iniciais. Entre os sintomas que merecem
atenção estão: dor pélvica persistente, inchaço abdominal e excesso de gases,
dor lombar contínua, sangramento vaginal anormal, febre sem causa aparente,
alterações intestinais, perda de peso repentina, alterações na vulva ou vagina
e fadiga constante.
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