Dr.
Fernando Gomes, neurocirurgião do Hospital das Clínicas de SP e membro da
diretoria da Sociedade Mundial de Hidrocefalia (HYDROCEPHALUS SOCIETY) explica
as semelhanças entre os sintomas e conta que, diferente da doença de Alzheimer,
a HPN tem cura através de uma cirurgia.
“A
doença de Alzheimer e a Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN) são condições
neurológicas que afetam o cérebro EM PESSOAS COM MAIS DE 60 ANOS, mas têm
diferentes causas, manifestações e tratamentos. No entanto, as duas podem
compartilhar sintomas semelhantes, o que às vezes leva a diagnósticos errôneos
ou complicações no tratamento”, alerta o neurocirurgião.
Enquanto
a HPN é uma condição em que há acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano
(LCR) nos ventrículos do cérebro, que CAUSA ALTERAÇÃO NA COMPLACÊNCIA CEREBRAL,
mas pode ser tratada com um procedimento cirúrgico para desviar o excesso de
líquido, o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que causa a
morte de células cerebrais, levando a um declínio gradual das funções
cognitivas, como memória, linguagem e habilidades de pensamento que não existe
cura, e o tratamento se concentra apenas em retardar a progressão dos sintomas.
Onde os sintomas se confundem
“Em
ambas as doenças os sintomas são compartilhados, tais como demência
principalmente, mas também dificuldade ao andar e incontinência urinária. Os
sintomas tão parecidos podem dificultar o diagnóstico diferencial entre as duas
condições que necessitam de testes cognitivos e exames de imagem para
comprovação exata do diagnóstico”, afirma o especialista.
Dr.
Fernando explica que o Alzheimer é diagnosticado com base em testes cognitivos
e imagens cerebrais que mostram atrofia, dosagens de biomarcadores no sangue e
no líquor, já a HPN pode ser diagnosticada através de exames de imagem que
mostram a dilatação dos ventrículos sem atrofia cerebral significativa e um
teste DENOMINADO tap-test. “Neste teste realizamos uma punção lombar que retira
uma quantidade significativa de líquido cefalorraquidiano (LCR) da coluna
vertebral que reduz temporariamente a pressão no cérebro. Se, ao retirar o
líquido em excesso, o paciente tiver melhora nos sintomas, especialmente na
marcha e na cognição, é porque é HPN e daí então é indicada a cirurgia”, fala.
Na
cirurgia para tratar a hidrocefalia de pressão normal (HPN) é feita a
implantação de um dispositivo que desvia o excesso de líquido cefalorraquidiano
(LCR) do cérebro para outra parte do corpo, como a região abdominal, que então
poderá ser absorvido. “Esta cirurgia é conhecida como derivação
ventriculoperitoneal (DVP), que é o tipo mais comum de procedimento realizado
para HPN e que devolve ao paciente vida normal”, afirma o especialista.
Se após o tap-test e exames complementares a HPN estiver descartada então é sinal de que pode ser doença de Alzheimer ou outra doença, e que, segundo o médico, podem requerer tratamentos focados em medicamentos que podem retardar a progressão da doença, mas não há cura.
Dr. Fernando Gomes - Professor Livre Docente de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas de SP com mais de 2 milhões de seguidores. Há 12 anos atua como comunicador, já tendo passado pela TV Globo por seis anos como consultor fixo do programa Encontro com Fátima Bernardes (2013 a 2019), por um ano (2020) na TV Band no programa Aqui na Band como apresentador do quadro de saúde “E Agora Doutor?” e dois anos (2020 a 2022) como Corresponde Médico da TV CNN Brasil. Atualmente comanda seu programa Olho Clínico com Dr. Fernando Gomes semanalmente no Youtube desde 2020. É também autor de 9 livros de neurocirurgia e comportamento humano. Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas.
drfernandoneuro
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