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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Dengue e chikungunya já custaram mais de R$ 1,2 bilhão ao sistema de saúde brasileiro


 

Freepik/IA

Análise da Planisa, com base em estudo publicado na The Lancet, mostra estimativa do impacto financeiro das hospitalizações dessas doenças, entre 2015 e 2024

  

As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti continuam pressionando o sistema de saúde brasileiro.

A pesquisa “Hospitalização, mortalidade e anos de vida perdidos entre casos de chikungunya e dengue no Brasil: um estudo de coorte nacional, 2015-2024”, publicada na revista científica The Lancet Regional Health, objetivou, segundo o próprio documento, oferecer “estimativas precisas dos fatores de risco para complicações” das doenças, “que podem orientar decisões clínicas e de saúde pública”. 

A análise envolveu 1.125.209 casos de chikungunya, dos quais 21.336 (1,9%) necessitaram de hospitalizações; e 13.741.408 ocorrências de dengue, sendo que 455.899 (3,3%) resultaram em internações. 

Com base na média de custo de internações nos hospitais brasileiros, a Planisa, consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares, estima que essas hospitalizações custaram, no período (2015-2024), R$1,2 bilhão, sendo R$ 1,15 bilhão referente à dengue e R$ 56,6 milhões à chikungunya. 

A Planisa também fez um levantamento compreendendo o período de julho de 2024 a junho de 2025, 1.699 internações em hospitais de 12 estados brasileiros e média de permanência de 2,8 dias, o qual mostra que a média do custo da internação, por dengue, é de R$ 2.531. Já com relação à chikungunya, a análise de 28 hospitalizações, em quatro estados e com média de permanência de 3,4 dias, evidencia um custo médio de internação de R$ 2.531. 

Para o diretor de Serviços da Planisa e especialista em custos hospitalares, Marcelo Carnielo, as internações representam apenas parte do cenário. “Quando analisamos os dados em profundidade, percebemos que o custo por paciente é apenas a ponta do iceberg. Os gastos com suporte médico, exames, leitos de UTI e equipes especializadas ampliam ainda mais o peso para os hospitais e operadoras de saúde”, salienta. 

Carnielo lembra que, além dos custos com as hospitalizações, existe, ainda, o impacto indireto. “Perda de produtividade, afastamentos do trabalho, sequelas e até mortes que comprometem a economia e o bem-estar da população”, fala. 

O especialista pontua que o custo da não prevenção é sempre maior. “Um plano robusto de controle do Aedes aegypti, com ações contínuas, e não apenas sazonais, é fundamental para reduzir o impacto clínico e econômico das arboviroses”. 

Até junho, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, o Brasil 1,2 milhão de casos confirmados de dengue e 82.666 de chikungunya. 

 

Planisa

 

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