Oncologista pediátrica fala sobre importância de
estar atentos aos sinais de alerta; Setembro é dedicado a conscientização sobre
a doença
O
câncer infantil é a segunda principal causa de morte entre crianças e
adolescentes no Brasil, atrás apenas de causas externas, como acidentes. Mas
apesar da gravidade, oito em cada 10 crianças podem ser curadas quando há
diagnóstico precoce e acesso a tratamentos modernos.
De
acordo com a oncologista pediátrica Jossana Santana, do Hospital Vitória Apart,
a atenção dos pais e responsáveis é fundamental para identificar os primeiros
sinais da doença. “Febre prolongada sem causa, palidez inexplicada, caroços em
qualquer parte do corpo, manchas roxas, perda de peso, dores ósseas e de cabeça
acompanhadas de vômitos são sinais de alerta e precisam ser avaliados por um
médico”, destaca.
O
câncer infantil representa cerca de 3% a 5% de todos os casos de câncer
diagnosticados no Brasil a cada ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer
(INCA). Mas diferente do câncer em adultos, que pode estar associado ao estilo
de vida, o câncer infantil tem origem genética. “As mutações surgem ainda em
células embrionárias, por isso não há formas conhecidas de prevenção. O que
podemos oferecer é diagnóstico preciso, acesso a tecnologias modernas e
tratamento adequado para garantir mais chances de cura”, afirma Jossana.
Leucemias e linfomas lideram os casos
Os
tipos mais comuns de câncer na infância são as leucemias e linfomas, seguidos
pelos tumores do sistema nervoso central. Também podem ocorrer tumores
abdominais, como neuroblastomas e tumor de Wilms, além de retinoblastoma,
sarcomas e tumores ósseos.
“A
faixa etária mais comum é entre 2 e 5 anos. Mas depende muito do tipo do
câncer. Cada faixa etária apresenta maior risco para determinados tipos. Por
exemplo, o retinoblastoma é mais frequente em crianças menores de cinco anos,
enquanto os tumores ósseos acometem mais os adolescentes”, explica a médica.
Tratamento
O
acompanhamento médico contínuo é indispensável, principalmente nos primeiros
anos após a descoberta da doença, período em que o risco de recidiva é maior.
“As consultas frequentes incluem avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem
direcionados a cada caso. No caso da leucemia, por exemplo, os pacientes
retornam mensalmente trazendo sempre o hemograma atualizado”, explica a oncologista.
Jossana
lembra que a informação é o maior aliado no combate à doença. Campanhas como o Setembro
Dourado, mês de conscientização sobre o câncer infantil, buscam
sensibilizar a sociedade para a importância do diagnóstico precoce. “Reconhecer
os sinais e buscar ajuda médica imediatamente pode fazer toda a diferença. O
diagnóstico precoce salva vidas”, conclui a oncologista pediátrica do Hospital
Vitória Apart.
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