Jogar limpo na relação com o dinheiro ajuda a construir uma ligação mais saudável com as finanças e evita que o planejamento seja impactado
Contar aquela mentirinha para si mesmo só para aliviar a consciência na hora de realizar um desejo é algo que quase todo mundo já fez. Mas, quando o dinheiro entra na jogada, a verdade sempre aparece - e pode pesar no bolso. Mila Gaudencio, educadora financeira e consultora do will bank, alerta que algumas “desculpas” como “mês que vem eu compenso” ou “é só um parcelamento pequeno” podem acabar se repetindo e, com isso, desencadear um comportamento distorcido da própria realidade financeira.
“Mas, por que
contamos mentirinhas para nós mesmos? É uma forma da gente justificar um gasto
que traz satisfação temporária. E um dos gatilhos para isso pode ser a
comparação com os outros”, comenta a consultora, que aponta que 71% das pessoas
acreditam que os outros ganham facilmente o que elas precisam conquistar com
muito esforço – dado do estudo de Dismorfia Financeira, do will bank.
O “Eu mereço”
se destaca como uma das principais mentiras financeiras. Mesmo que o sentimento
de merecimento seja real, esse reforço na autoestima acaba trazendo mais
ansiedade do que prazer duradouro. “Uma boa estratégia é usar a técnica do dia
seguinte: se pergunte se a vontade ainda vai estar lá amanhã caso você não
compre no momento. Se a resposta for ‘não’, é um sinal para repensar a compra”,
recomenda Mila.
Outra mentirinha comum surge depois de viagens ou fim de ano: “Se eu olhar minhas contas vai ser pior” ou “Melhor nem abrir o aplicativo do banco”. A verdade é que ignorar os números pode até dar um alívio temporário, mas o problema não vai sumir. É preciso encarar os gastos e ajustar os próximos passos financeiros. “Esse sentimento vem, principalmente, da relação complicada que os brasileiros têm com o dinheiro”, aponta Mila. “Diante da situação, os bancos devem assumir um papel mais acolhedor, oferecendo atendimento e soluções personalizadas para cada cliente, de acordo com seu momento financeiro. Gosto sempre de lembrar que o banco não é nosso inimigo. Pelo contrário, estamos cercados de opções e cabe a nós escolhermos a instituição que fala a nossa língua e que está preocupada com a nossa gestão financeira, de forma transparente e prática”, enfatiza.
E tem também a
clássica mentira “Mês que vem eu compenso”. Esse
pensamento pode criar um ciclo perigoso de adiamento das decisões financeiras
importantes. A consultora destaca que, em vez de esperar sobrar dinheiro no
próximo mês, o ideal é definir um valor fixo para guardar ou investir. “Fazer
um checklist mensal é um caminho para realmente conseguir aplicar essa
recomendação”, sugere.
Por fim, ainda há
aquela mentirinha amiga dos cartões de crédito: “É só um parcelamento pequeno”.
O problema é que várias parcelas pequenas, somadas, podem virar uma baita
dívida e bagunçar a vida financeira. Mila reforça que parcelar não é um problema,
desde que aquele valor seja considerado no planejamento financeiro dos próximos
meses. “Parcelar no cartão possibilita adquirir produtos ou serviços que muitas
vezes não conseguiríamos comprar à vista. Mas, para garantir que as parcelas
não vão virar uma bola de neve, uma boa tática é o ‘1 para 1’: antes de fazer
uma nova compra parcelada, quite uma parcela antiga. Assim, você limita o
acúmulo de dívidas”, sugere a educadora.
“É bom lembrar que se deparar com mentirinhas financeiras é normal. O mais importante é reagir com consciência ao notá-las no dia a dia. Além do autoconhecimento financeiro, ter um espaço de conversa aberto – inclusive explorando a relação emocional com o dinheiro — ajuda a fortalecer a consciência e a fugir das mentiras para si”, finaliza.
will bank
Para saber mais, acesse o site.
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