Segundo Mariana Achutti, o desenvolvimento de
talentos é a chave para a inovação e o crescimento sustentável das empresas
A
transformação do mercado de trabalho está se transformando em ritmo acelerado,
e a qualificação profissional se tornou uma das maiores preocupações para as
empresas. Dois estudos recentes reforçam essa realidade: o Relatório sobre o
Futuro dos Empregos 2025, do Fórum Econômico Mundial, e a 28ª edição da Global
CEO Survey, da PwC. Ambos mostram que a escassez de talentos qualificados já é
um dos maiores desafios para as organizações de todo o mundo.
Os
dados do Fórum Econômico Mundial e da PwC deixam um recado claro: o aprendizado
contínuo não é mais uma opção, mas sim uma estratégia central para prosperar no
futuro do trabalho. As macrotendências globais – como avanços tecnológicos,
mudanças demográficas e a transição verde – criarão 170 milhões de novos
empregos até 2030, mas também eliminarão 92 milhões de posições atuais,
aumentando a necessidade de adaptação contínua. A pesquisa da PwC, que ouviu
mais de 4.700 líderes empresariais, revelou que 23% dos CEOs globais consideram
a falta de profissionais qualificados o maior risco para seus negócios em 2025
– no Brasil, esse índice sobe para 30%.
Para
Mariana Achutti, CEO da Newnew, esses dados são um alerta para empresas e
profissionais. "Se os próprios CEOs enxergam a escassez de talentos como
uma ameaça, o que estamos esperando para agir? O desenvolvimento de
competências não pode ser apenas uma iniciativa pontual, mas uma estratégia de
longo prazo para garantir a sustentabilidade dos negócios", afirma a
especialista em desenvolvimento e educação corporativa.
As
pesquisas também evidenciam um ponto fundamental: habilidades humanas continuam
sendo um diferencial essencial, mesmo com o avanço da tecnologia. "O
mercado valoriza cada vez mais competências como pensamento analítico,
liderança, colaboração e curiosidade. Não adianta apenas investir em tecnologia
se não tivermos pessoas preparadas para usá-la de forma estratégica",
destaca Mariana.
Ela
também reforça a importância do conceito de Lifelong Learning, ou aprendizado
contínuo, que aparece entre as competências mais valorizadas até 2030 no
relatório do Fórum Econômico Mundia "Curiosidade e aprendizado contínuo
não são mais diferenciais, mas sim fatores essenciais para navegar neste
cenário de mudanças rápidas. Empresas que entenderem isso e estruturarem
programas de desenvolvimento para seus times sairão na frente", pontua.
O Desafio da Qualificação Profissional
O
Relatório do Fórum Econômico Mundial estima que 40% das habilidades exigidas no
trabalho devem mudar até 2030, e 63% dos empregadores já identificam a lacuna
de qualificação como o maior obstáculo para a transformação dos negócios.
"Essa é uma realidade alarmante. Hoje, 120 milhões de pessoas correm o
risco de perder seus empregos por falta de qualificação. A solução passa por
reskilling e upskilling, combinando competências técnicas e humanas, como
criatividade e liderança, com foco em aprendizado contínuo", explica
Mariana.
Ela reforça que superar essa barreira exige um esforço conjunto. "O Fórum Econômico Mundial deixa claro que o caminho para reduzir essa lacuna passa por estratégias colaborativas entre setores público, privado e educacional. Empresas que não priorizarem isso podem enfrentar dificuldades sérias para se manterem competitivas", alerta.
Diante desse cenário, Mariana destaca que o futuro do trabalho exigirá mais do que adaptação: será necessário pioneirismo. "Empresas que investirem em auditorias de habilidades, programas internos de treinamento e parcerias educacionais estarão mais preparadas para enfrentar as transformações do mercado. O aprendizado contínuo precisa ser incorporado à cultura organizacional, com orçamento e tempo dedicados a isso", conclui.
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