Para marcar o Dia Mundial do Câncer, no próximo 4
de fevereiro, a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
faz um alerta sobre a importância da conscientização e prevenção do câncer de
colo do útero. Estima-se que, entre 2023 e 2025, cerca de 17 mil mulheres sejam
diagnosticadas com essa doença, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer
(INCA).
O Dr. Eduardo Cândido, presidente da Comissão de
Ginecologia Oncológica da FEBRASGO, compartilha alguns mitos e verdades sobre o
câncer de colo do útero e HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano),
destacando a necessidade de informações precisas para a prevenção e diagnóstico
precoce.
1.Não tenho histórico
familiar de câncer do colo do útero, então não preciso me preocupar
MITO. Mesmo sem histórico
familiar, a mulher pode estar em risco. O principal fator causador do câncer de
colo do útero é a infecção por tipos do HPV, transmitidos por contato sexual.
Por isso, é fundamental que mulheres sexualmente ativas usem regularmente os
métodos de barreira (como a camisinha feminina e masculina) e realizem exames
de Papanicolau regularmente. Para aquelas que fizeram histerectomia total ou
têm mais de 69 anos, é importante discutir com o médico a necessidade de
continuar com os exames preventivos.
2.O câncer de colo do útero pode ser evitado
VERDADE. Sim, o câncer de colo do útero é um dos
mais preveníveis. A principal causa é o HPV, e a prevenção começa com a
vacinação, indicada desde a infância. Embora existam mais de 150 tipos de HPV,
os tipos 16 e 18 são responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer do colo
do útero. A vacina, disponível gratuitamente no SUS, é recomendada para meninas
de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, com duas doses administradas com
intervalo de seis meses.
3.O HPV sempre apresenta sintomas
MITO. infecção por HPV, na maioria das vezes, não apresenta
sintomas e só pode ser identificada pelo exame de Papanicolaou (quando ocorrem
alterações nas células do colo do útero provocadas pelo vírus) ou por testes
mais específicos como a identificação do DNA do HPV também pela coleta do
preventivo. Por isso, é crucial manter os exames de rotina em dia, já que o HPV
pode permanecer no organismo sem ser detectado de outra forma.
4.O HPV pode ser curado
MITO. Embora não haja cura específica para a
infecção pelo HPV, a maioria dos casos é controlada pelo sistema imunológico e
desaparece naturalmente. No entanto, em alguns casos, o HPV pode persistir e
evoluir para tumores malignos, sendo a vacinação preventiva e o contato sexual
com métodos de barreira, as melhores formas de controle.
5. Nem todas as mulheres com HPV terão câncer de colo do
útero
VERDADE. Nem todos os tipos do HPV causam câncer de
colo do útero. Entre os mais perigosos estão o 16 e 18. Além disso, é a falta
de tratamento das lesões precursoras que pode resultar em câncer. Quando essas
lesões são tratadas adequadamente, o risco de câncer é praticamente nulo.
6.O câncer do colo do útero tem cura
VERDADE. Diagnosticado precocemente, o câncer de
colo do útero tem uma taxa de cura de até 95%, o que reforça a importância do
diagnóstico precoce por exames regulares.
7.A vacina contra o HPV é apenas indicada para mulheres
MITO. A vacina contra o HPV é recomendada tanto
para meninas quanto para meninos. Disponibilizada pelo SUS, a vacina
quadrivalente protege contra os tipos 6, 11 (causadores das verrugas genitais),
16 e 18 do vírus, prevenindo não só o câncer do colo do útero, mas também de
vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. Já disponível em rede privada, está
aprovada a vacina nonavalente, que além de conferir proteção contra os tipos
acima, também protege infecção contra outros 5 tipos causadores de tumores (31, 33, 45, 52, 58).
8.Sangramento vaginal na menopausa pode ser sintoma de câncer
de colo de útero, bem como o sangramento após a relação sexual em mulheres mais
jovens e corrimento vaginal com odor forte e persistente.
VERDADE. Durante a menopausa, qualquer tipo de sangramento
vaginal deve ser investigado. Pode ser um sinal de diversas condições,
incluindo o câncer de colo do útero e o câncer de endométrio (corpo do útero).
Por isso, é fundamental buscar orientação médica ao notar qualquer alteração no
padrão de sangramento, especialmente após a menopausa. Essas informações,
segundo o Dr. Eduardo Cândido, são essenciais para derrubar mitos e encorajar
as mulheres a adotarem medidas preventivas (vacinação contra o HPV, uso de
camisinha...) e a realizarem exames regulares, garantindo um diagnóstico
precoce e, consequentemente, um tratamento mais eficaz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário