Com a mudança de gerações,
é normal que as empresas precisem se adaptar para lidar com novos
públicos-alvos e modelos de consumo. É aquela velha história: pessoas
diferentes, mentes diferentes, e o que funcionava antes pode não ser mais tão
efetivo em termos de marketing. Enquanto o Google ainda é o principal buscador
e já está consolidado na mente de todas as pessoas, a atual e crescente
ascensão do TikTok trouxe também outros comportamentos em relação à busca de
produtos e serviços. Para se ter ideia, um levantamento realizado pela Adobe
neste ano mostra que 64% dos jovens nascidos entre 1995 e 2010 já trocaram o
Google e utilizam o TikTok como ferramenta de busca.
Nesta realidade, é
necessário levar em consideração que, por mais que o resultado possa ser o
mesmo, a principal diferença está no modo em como se dá a conexão entre cliente
e marca. “É importante, antes de tudo, entendermos que as gerações enfrentam
desafios semelhantes, porém com ferramentas diferentes para lidar. No caso da
mais atual, a tecnologia é predominante, logo seus comportamentos serão
diferentes”, explica Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e Atendimento
na Karu, agência de
marketing especializada em soluções tailor made.
“Por meio dos
criadores de conteúdo, o TikTok tem construído, durante esses anos, uma
narrativa imagética e verbal diferente e que demanda uma criação exclusiva para
o canal. Quando pensamos com quem vamos falar, boa parte de seus usuários
contemplam a Gen Z, e mais uma vez é necessário personalizar a comunicação,
para que, de forma segmentada, a marca ou criador consiga se comunicar com toda
a plataforma”, complementa ele.
Gen Z
x marca x consumo
Graças à
familiaridade da Gen Z com a tecnologia e o acesso à informação, ela acabou
desenvolvendo o hábito de pesquisar intensamente sobre produtos e serviços
antes de tomar decisões de compra. Willian Amaral, fundador da Nice House, plataforma
de entretenimento com foco em vídeos verticais e geração Z, defende que para
essa geração, as marcas precisam ser autênticas e envolventes nas mídias
sociais.
“Nossa geração
valoriza conteúdos relevantes, divertidos e genuínos; dessa forma, a interação
direta e a responsividade das marcas são importantes para nós, assim como o
alinhamento com causas sociais e ambientais. Nesse sentido, o TikTok se destaca
por ser uma plataforma intuitiva e de fácil navegação, especialmente se
levarmos em consideração que encontramos conteúdos criativos, como danças,
humor, educação e até mesmo vídeos de ‘faça você mesmo’, muitas vezes incluindo
produtos de outras marcas”, contextualiza.
Neste contexto,
Gustavo faz um adendo: “O medo de inovar, testar e criar não deve fazer parte
do dia a dia dos times que hoje criam conteúdo para o TikTok. Diariamente um
novo vídeo viraliza, uma nova pessoa fica famosa, um comportamento é criado.
Não olhar para essas movimentações pode nos fazer perder tempo, e também
significa que possivelmente estamos visando um horizonte sem
perspectiva”.
Para as pessoas
nascidas entre 1995 e 2010, o que mais chama a atenção nas plataformas são os
conteúdos considerados emergentes. “A Gen Z valoriza sustentabilidade,
personalização, uma abordagem mais social de e-commerce e também o valor
social. Temos uma preocupação muito grande com o meio ambiente, mas priorizamos
quando as marcas demonstram individualidade e exclusividade em seus produtos”,
explica Willian.
No âmbito do marketing, Gustavo enfatiza a questão dos 3C - confiança, conexão e criatividade, uma tríade essencial para pensar conteúdos exclusivos e relevantes para quem consome vídeos no TikTok. “A confiança é o primeiro atributo, pois sem ela o usuário não ficará e nem vai querer se conectar com sua oferta ou conteúdo, e para ajudar na conexão, a criatividade precisa ser a principal aliada”, conclui ele.
Gustavo Alves- sócio e Head de Projetos e Atendimento na Karu,
Willian Amaral - fundador da Nice House
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