“Muito além de disciplina e foco, a
natação exige uma série de cuidados e treinos específicos para manter a boa
forma da região”, explica o fisioterapeuta Bernardo Sampaio.
Se você não invejou os ombros tonificados dos atletas de natação, certamente assistiu às Olimpíadas de 2024 errado. Michael Phelps, Maria Fernanda Costa, Gabi Roncatto, Beatriz Dizotti, Guilherme Caribé e tantos outros nomes vêm à mente quando o assunto é um show de preparo físico dentro e fora d’água, mas como fazer para exibir um corpo minimamente parecido aos deles, existe um segredo?
Bernardo Sampaio é fisioterapeuta, Diretor Clínico do ITC Vertebral de Guarulhos e revela que, assim como nos outros esportes, não existe fórmula mágica. “O segredo é manter a disciplina. Contar com profissionais sérios e fazer o que ama também ajuda”, diz. Agora, com o fim das Olimpíadas, Bernardo também indica continuar com o ‘espírito olímpico’, utilizar os atletas como fonte de inspiração e não perder o foco nos treinos.
Quando questionado sobre o que fazer para, então, atingir o objetivo de ter um ombro olímpico, Bernardo, antes, explicou mais sobre a natação.
“Por mais que a natação seja considerada um esporte de baixo impacto, os atletas dessa modalidade são mais propensos a desenvolver lesões no ombro, pescoço, coluna, lombar e joelho”, disse. O que não está errado, já que, de acordo com recente estudo realizado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), 70% dos atletas, sendo amadores ou profissionais, apresentam algum tipo de dor durante sua vida esportiva.
Segundo o fisioterapeuta, essas contusões podem acontecer na natação devido aos movimentos sequenciais que dependem majoritariamente de força física para ‘empurrar’ o corpo ao longo da piscina e que utilizam, apenas, as musculaturas do trapézio. Essa, inclusive, é a principal causa do chamado “ombro de nadador”, a lesão mais comum desse esporte. “A falta de alongamento, fortalecimento e a execução errada da braçada são fatores igualmente fatais”, completa Bernardo.
O especialista ainda explica que, quando comparada a outras modalidades, como o vôlei ou tênis, por exemplo, que a repetição de movimentos se intercala entre explosão e repouso, na natação, a contração muscular é constante, o que também é prejudicial, caso o atleta não esteja bem preparado.
Então, para alcançar aquele visual atlético dos nadadores olímpicos e garantir que suas braçadas serão 100% bem aproveitadas, Bernardo indica alguns exercícios e reforça que, para os calouros do esporte e das academias, o ideal é não ultrapassar as quinze repetições durante duas séries e para os veteranos, repetir os exercícios doze vezes por três séries é o suficiente. Confira:
- Elevações - Frontais e laterais: “As elevações são fundamentais para um treino de ombros, já
que trabalham diretamente o músculo deltóide lateral. O resultado? Ombros
largos e bem definidos”, diz Bernardo.
Como fazer: Na elevação frontal, coloque os braços ao lado do corpo e suba para frente até a linha do ombro. Para a lateral, utilize o cross, posicione o braço, no momento inicial, mais à frente do corpo e o suba até na linha do ombro, depois volte à posição inicial.
- Remadas - Altas ou unilaterais: O fisioterapeuta explica que, para não só ter amplitude de
movimento e definição dos músculos, mas também para fortalecer tanto os
músculos dos ombros quanto os das costas, as remadas são indispensáveis no
treino.
Como fazer: Para a remada alta, suba os braços até a linha mamilar ou antes do cotovelo e para evitar lesões, certifique-se de que está fazendo uma linha reta com o ombro. Na chamada unilateral, utilize o cross, faça o movimento final passando da linha do ombro para garantir que a parte posterior do ombro seja atingida pelo exercício.
- Rotação - Interna ou externa: “Esses exercícios além de contribuírem com mais força e estabilidade para a musculatura, também garantem mais resistência física e definição dos ombros”, esclarece Bernardo.
- Como fazer: Na remada interna, faça o movimento completo e, na volta, pare nos 90° iniciais do exercício com um dos braços e, na externa, repita o processo com o outro braço.
“Seguindo essas dicas com disciplina, foco e determinação, o ombro
largo e tonificado com certeza virá”, finaliza o fisioterapeuta.
Bernardo Sampaio - Fisioterapeuta pela PUC Campinas, possui especialização e aprimoramento pela Santa Casa de São Paulo e é mestrando em Ciências da Saúde pela mesma instituição. Atua como professor universitário em cursos de pós-graduação na área de fisioterapia músculo esquelética e é Diretor Clínico do Centro Especializado em Movimento (CEM), ITC Vertebral e Instituto Trata, de Guarulhos.
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