Neste sábado
(24/08), às 10h, mestres de saberes dialogarão com o público sobre a passagem
do tempo, sua conexão com a natureza e a biodiversidade presente no parque;
ingressos estão disponíveis no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Calendário
Guarani segue a trajetória da lua. Foto: Ypituna Pankararu/Acervo MCI
Neste sábado
(24), às 10h, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) realizará um passeio no
Parque da Água Branca para celebrar a passagem do tempo velho (Ara Ymã) para o
tempo novo (Ara Pyau). No encontro em meio à natureza, o público conhecerá a
relação do povo Guarani com a produção e consumo de alimentos da Mata
Atlântica. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e
Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari
(Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o
Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
A atividade
integra o Agosto Indígena, programação especial do Museu das Culturas Indígenas
que reforça as lutas, resistências, culturas e diversidades dos povos
originários. Neste encontro, os mestres de saberes do MCI, Natalício Karaí,
xeramoi (líder espiritual); e Cláudio Vera, professor e músico; receberão o
público na Casa do Caboclo (em caso de chuva a atividade ocorrerá no Ateliê
Educativo), dentro do Parque da Água Branca.
A
participação é gratuita e para participar é necessário retirar o ingresso no site.
Tempo cíclico: tempo velho e ano novo
O calendário
Guarani está ligado à trajetória da lua e segue as transformações da natureza.
Diferente do calendário gregoriano, em que tempo é medido linearmente, os
Guarani consideram a passagem do tempo cíclica, regidas pelas mudanças físicas
e espirituais. O Ara Pyau (ano novo) é um período de fortalecimento e
renascimento: “traz a renovação dos seres que vivem nas florestas, nele
acontece o renascer das plantas, flores e árvores”, ressalta Natalício Karaí.
O Ara Ymã
(tempo velho) é o período de outono e inverno em que os Guarani se dedicam a
escolher sementes, preparar a terra e iniciar a plantação. Já os líderes
espirituais preparam-se para realização dos rituais religiosos. “Neste período
nós descansamos e iniciamos os preparativos para realização dos rituais
sagrados na casa de reza. Os jovens ajudam os líderes e cortam lenhas para
manter o fogo, um elemento sagrado na cultura Guarani, acesso para aquecer a
comunidade”, comenta o xamõi.
Durante o
Ara Pyau (tempo novo) são realizadas as colheitas de milho, batata, mandioca,
feijão, amendoim, respeitando os ciclos da lua: “Nós nunca plantamos ou
cortamos árvores na lua nova, pois os animais ficam muito agitados”, afirma
Natalício. Neste período são realizados os grandes ritos religiosos, como os
batizados com erva mate de crianças e indicação de nomes sagrados, batismos dos
alimentos antes do consumo e consagração das sementes.
SERVIÇO
Ara Pyau,
tempo bovo e biodiversidade: vivência com mestres de saberes indígenas
Data e horário: 24/08/2024, das 10h às 12h
Local: Casa do Caboclo do Parque da Água
Branca | Lago de Carpas 3 (R. Dona Ana Pimentel, 37 - Água Branca)
Em caso de chuva, a atividade
acontecerá no Ateliê Educativo | Centro de Visitantes do Parque da Água Branca
(R. Dona Ana Pimentel, 37 – Água Branca).
Todos as atividades são gratuitas com retirada de
ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
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