Estudos evidenciam a alta prevalência da apneia obstrutiva do sono em pacientes com doenças cardiovasculares, destacando a importância do diagnóstico e tratamento precoces
No Dia do Cardiologista, celebrado em 14 de agosto,
é essencial destacar a importância da detecção precoce da apneia obstrutiva do
sono (AOS), uma condição que afeta entre 40% a 80% dos indivíduos com doenças
cardiovasculares, segundo a American Heart Association. A AOS é caracterizada
por repetidas interrupções na respiração durante o sono devido à obstrução das
vias aéreas superiores, resultando em sintomas como ronco, pausas
respiratórias, sono fragmentado e sonolência diurna. Estudos indicam que cerca
de 34% dos homens de meia-idade e 17% das mulheres de meia-idade podem atender
aos critérios para AOS.
Mesmo com alta prevalência, a apneia do sono
frequentemente passa despercebida, especialmente entre pacientes com condições
cardíacas, que são particularmente suscetíveis a complicações cardiovasculares
associadas. A relação entre esse distúrbio do sono e doenças como hipertensão,
insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana e fibrilação atrial é
amplamente reconhecida, mas ainda é subestimada na prática clínica.
Diante deste cenário, a American Heart Association
recomenda o rastreamento da AOS em pacientes com hipertensão resistente,
fibrilação atrial recorrente e outras condições cardiovasculares. Além disso,
sugere-se que cardiologistas realizem uma avaliação formal do sono em pacientes
com suspeita de distúrbios respiratórios do sono ou sonolência diurna
excessiva, a fim de iniciar um tratamento precoce e adequado.
“Iniciar o tratamento da apneia do sono o mais cedo possível é crucial para
melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o risco de complicações
cardiovasculares graves. Reforçamos a importância do diagnóstico precoce e do
tratamento eficaz para um cuidado mais completo e eficaz para os pacientes
cardíacos”, afirma Dr. Geraldo Lorenzi-Filho, pneumologista e Diretor Médico da
Biologix,
healthtech brasileira especializada em medicina do sono.
Para compreender melhor os riscos associados à
apneia do sono, é importante estar atento aos sintomas:
- Ronco crônico: O ronco é frequentemente
associado à apneia do sono, especialmente quando é alto. Esse som ocorre
devido ao estreitamento das vias aéreas superiores durante o sono, o que
resulta em vibrações dos tecidos da garganta.
- Pausas na respiração durante o sono: Um sintoma importante da
apneia do sono é a pausa temporária da respiração durante o sono. Essas
interrupções na respiração podem ser percebidas por um parceiro(a) de sono
e geralmente são seguidas por um ronco alto ou engasgo quando a respiração
é retomada. Podem ocorrer várias vezes durante a noite, interrompendo o
ciclo normal do sono.
- Sonolência diurna: Devido à qualidade
prejudicada do sono causada pelas repetidas interrupções respiratórias, as
pessoas com apneia do sono muitas vezes têm sonolência durante o dia.
Mesmo após uma noite de sono aparentemente longa, eles podem sentir uma
necessidade de cochilar durante o dia.
- Fadiga em excesso: A falta de um sono reparador devido à apneia do sono pode levar a uma sensação persistente de fadiga durante o dia. Essa sensação de cansaço pode prejudicar a concentração, a memória e o humor.
- Despertares noturnos: Os despertares noturnos frequentes são um sintoma comum da apneia do sono, interrompendo o ciclo de sono e levando a uma sensação de sono não reparador.
“O tratamento da apneia do sono pode reduzir a
pressão arterial, pois a apneia contribui para o aumento da pressão. Fatores
como a restrição do sono e a má qualidade do sono, especialmente devido à
apneia obstrutiva, estão associados ao aumento da hipertensão. A
conscientização sobre os riscos da AOS e a busca por diagnóstico precoce e
tratamento adequado são fundamentais para proteger a saúde cardiovascular e
promover uma melhor qualidade de vida”, conclui Dr. Lorenzi-Filho.
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