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segunda-feira, 18 de março de 2024

Sífilis: Aumento de casos é comentado por infectologista

 

Segundo OMS, doença está em crescente no Brasil e no mundo; se não tratada, pode causar morte em bebês e problemas de saúde por toda a vida


Embora pouco comentado, o Brasil está com números de casos de sífilis cada vez maiores, de acordo com o Ministério da Saúde. Em um período de seis meses, em 2022, foram registrados 122 mil novos casos da doença. Destes, 79,5 mil foram casos de sífilis adquirida, 31 mil de gestantes e 12 mil de sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê. Já os dados divulgados em outubro de 2023 mostraram que, de 2021 para 2022, a taxa de detecção de casos de sífilis adquirida por 100 mil habitantes cresceu 23%. Porém, como poucas pessoas se testam, ainda há muita subnotificação de casos da doença. 

Longe de ser uma doença da atualidade, a sífilis, cujo agente causador é a bactéria espiroqueta Trepanoma pallidum, é conhecida desde o início do século 20. Pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto. Infectologista do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker ressalta que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, cerca de 60% dos brasileiros com mais de 18 anos afirmam não usar preservativo nas relações sexuais. “Esse descuido pode acarretar no aumento de outras infecções sexualmente transmissíveis, como HIV/AIDS, HPV, gonorreia, herpes genital, clamídia, tricomoníase e as hepatites B e C”. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, a sífilis é altamente transmissível e o risco de contágio chega a 90%, por relação sexual. Contudo, nem sempre é sintomática, mas se espalha com rapidez. Até 2030, 14 doenças com elevada incidência em regiões de maior vulnerabilidade social, entre elas a sífilis, estão na meta de controle ou eliminação pelo governo federal; em especial, a sífilis congênita.
 

Sintomas, tratamento e prevenção

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, a sífilis inicialmente aparece entre a 2ª e a 3ª semana após a relação sexual desprotegida com a pessoa infectada, geralmente como uma pequena ferida indolor nos órgãos sexuais, que pode estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. 

O tratamento com antibiótico é a forma mais eficaz de combater a bactéria causadora da doença e a parceria sexual deve ser avaliada em relação a necessidade de tratamento também. Para garantir o tratamento precoce da sífilis de modo a impedir a transmissão ao bebê, a gestante deve ser testada em três momentos: no primeiro e no terceiro trimestre e no momento do parto. A gestante com sífilis que foi tratada deve realizar controle mensal de cura. 

“Se não tratada, a sífilis progride, pode comprometer órgãos vitais como cérebro e coração e até mesmo levar à morte. Além disso, o uso correto e regular da camisinha interna ou externa é a medida mais importante de prevenção da sífilis”, finaliza Dra Michelle. 

 

Grupo São Cristóvão Saúde


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