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segunda-feira, 25 de março de 2024

Março Azul Marinho: o que é a colonoscopia, quem deve fazer e o que este exame pode indicar

 Rastreamento identifica pequenas lesões benignas na região intestinal antes que elas se tornem cancerosas 

 

Doença que inspira cuidados, o câncer colorretal é o terceiro mais frequente do Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de 45.630 casos por ano no país no triênio de 2023 a 2025. Esses números representam um risco estimado de quase 21 diagnósticos a cada 100 mil homens brasileiros e a 21,41 a cada 100 mil mulheres.

A boa notícia é que a enfermidade é uma das poucas neoplásicas cujo desenvolvimento pode ser evitado através de um exame crucial, a colonoscopia. Isso porque, de acordo com a gastroenterologista do Hospital Semper, Karina Viana Camargo, o método é o mais eficiente para diagnosticar pequenas lesões benignas (pólipos) na região intestinal antes mesmo que elas se tornem cancerosas. “Através de um tubo flexível com iluminação e uma câmera na extremidade, introduzido no ânus, a colonoscopia permite que todo o intestino grosso, além da parte final do intestino delgado, seja visualizado, o que permite a avaliação de possíveis lesões na superfície interna da região”, explica. Geralmente, o médico indica o procedimento quando o paciente apresenta algum sintoma relacionado ao intestino, entre eles presença de sangue nas fezes ou dor abdominal, mas também pode ser feito por quem está assintomático. “No Brasil é preconizado que o método seja realizado a partir dos 50 anos para a população em geral, sem fator de risco para o câncer colorretal. Já para aqueles com histórico da doença no núcleo familiar, o ideal é que o rastreamento comece de forma precoce, aos 45 anos”, pontua.

Ainda segundo Karina, para que o exame seja feito é necessário que o paciente passe por uma consulta prévia para realizar um risco cirúrgico, além da limpeza do intestino, feita sob orientação de um endoscopista. Dessa forma será possível a percepção de possíveis lesões com eficácia, muitas delas milimétricas. “No momento da colonoscopia, o paciente é sedado para não sentir qualquer tipo de dor ou desconforto que o exame possa trazer”, completa.

A oncologista clínica Daiana Ferraz acrescenta à fala de Camargo que o rastreamento, além de indolor, é fundamental como primeiro passo para investigar a saúde da região colorretal. “Durante a avaliação, que dura em torno de 30 a 40 minutos, é possível, inclusive, retirar os pólipos sem a necessidade de cirurgia. Embora o exame ainda seja pouco divulgado, acredito que tem aumentado a compreensão sobre a necessidade de fazê-lo”.

Ferraz, que faz parte da equipe médica da Cetus Oncologia – clínica especializada em tratamentos oncológicos com unidades em Belo Horizonte e região metropolitana – também informa que o prazo para refazer a colonoscopia vai depender se houver descoberta de pólipo. “Se nada de anormal for encontrado, o ideal é fazer uma nova avaliação a cada cinco anos. Porém, diante da constatação de um sinal precursor do câncer colorretal, o indicado é repetir a colonoscopia no ano seguinte. Por outro lado, lesões com suspeita de já serem câncer são biopsiadas para se chegar ao diagnóstico correto”.


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