A prematuridade se tornou a principal
causa de mortes infantis, representando um em cada cinco de todos os óbitos
antes dos 5 anos de idade. Evento brasileiro sobre o tema debate avanços e
novas tecnologias no cuidado de recém-nascidos prematuros.
O assunto é um problema de saúde pública que vem sendo discutido pela PBSF (Protecting Brains & Saving Futures), empresa brasileira cuja missão é revolucionar o cuidado neurológico de recém-nascidos de alto risco no mundo todo, tornando-o mais acessível, eficiente e preciso. Pensando em ampliar o debate sobre este tema, a instituição promoveu a 2ª edição do NeoBrain Brasil, um dos maiores eventos dedicados à neuroproteção neonatal do mundo.
O evento é um Congresso Internacional de Monitoramento e Neuroproteção Cerebral que tem o objetivo discutir exclusivamente os protocolos de neuroproteção e cuidados focados no cérebro dos bebês de alto risco em todo o mundo. Em 2024, durante os dias 08 e 09 de março, os números acompanharam o aumento do interesse sobre o tema. Ao todo compareceram ao evento mais de 1.100 inscritos, profissionais dos 26 estados do Brasil e do Distrito Federal, além de 10 convidados internacionais, participantes de quatro países diferentes e diversas apresentações inovadoras utilizando tecnologias como a inteligência artificial e a realidade mista.
A prematuridade se tornou a principal causa de mortes infantis,
representando um em cada cinco de todos os óbitos antes dos 5 anos de idade.
Entre 2010 e 2020, foram registrados 152 milhões de partos de bebês prematuros
no mundo, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Ainda segundo o documento,
estima-se que 13,4 milhões de bebês nasceram antes do tempo previsto em 2020,
sendo que quase 1 milhão morreu de complicações. Isso equivale a cerca de 1 em
cada 10 bebês nascidos precocemente, antes de 37 semanas de gravidez, em todo o
mundo.
Um problema multifatorial
A complexidade do cuidado ao prematuro e a
necessidade urgente de avançar com abordagens mais modernas e acessíveis são
algumas das motivações do neonatalogista e fundador da PBSF, Dr. Gabriel
Variane.
“O cérebro do prematuro precisa de uma grande atenção e dedicação
de todos os profissionais que fazem parte da cadeia de cuidado. Por isso, o
NeoBrain Brasil 2024 trouxe o tema para o centro dos debates. Metade dos bebês
com menos de 28 semanas desenvolvem alguma alteração no desenvolvimento
neurológico por complicações que podem surgir nos primeiros dias de vida. É
algo tão complexo, multifatorial e multitemporal que ainda não há - e talvez
não tenhamos - uma bala de prata, uma solução única para este problema. No
entanto, iniciativas em conjunto promovem resultados efetivos. Este é o sentido
do conceito “all care is brain care”, todo o cuidado é também um cuidado
dedicado ao cérebro do bebê, comenta Dr. Gabriel.
Alta tecnologia
Em meio às palestras e demonstrações de cases em todo o mundo, o NeoBrain Brasil 2024 trouxe espaços dedicados à simulação realística de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal Neurológica Digital (UTI Neon), com equipamentos e o modelo interativo para atendimento a recém-nascidos. Somado a isso, houve a apresentação da tecnologia Microsoft HoloLens 2, que permite ao médico consultar informações em tempo real sobre os casos clínicos e melhorar a tomada de decisões a beira leito, durante a rotina de cuidados assistenciais aos prematuros.
“A tecnologia pode ser uma grande aliada nesse processo de
neuromonitoramento. Estamos falando da detecção precoce de situações que
poderiam causar o óbito ou danos ao cérebro dos bebês. Algo que não seria
possível perceber pela análise visual comum. Muito dos sinais de uma asfixia
perinatal ou outros quadros são captados pelos sensores antecipadamente,
alertando os médicos mais cedo para que os procedimentos adequados sejam realizados.
E o melhor disso é saber que esta abordagem já está ao alcance do Sistema
Público de Saúde (SUS), em diversas maternidades brasileiras”, detalha Dr.
Gabriel.
Convidados internacionais e inovações
Com o tema “O Cérebro Prematuro”, o evento abriu espaço
para a discussão de tópicos como: eixos cérebro-pulmão (manejo ventilatório),
eixo cérebro-intestino (nutrição), o período de transição fetal, hipotermia
terapêutica, novas estratégias de diagnósticos, monitoramento cerebral, atenção
multidisciplinar, manejo hemodinâmico, exames de imagem, cuidados específicos
de enfermagem, experiência de centros nacionais, internacionais e abordagens
menos invasivas no monitoramento neonatal.
O evento contou com 10 especialistas internacionais: Sonia Bonifacio, Standford University School of Medicine; Kathi Randall, Synape Care Solutions, Mohamend El-Dib, Havard Medical School; Guilherme Sant'Anna, McGill University Health Center; Nicholas Embleton, New Castle University; Valerie Chock, Standford University School of Medicine; Khorshid Mohammad, University of Calgary; Pablo J. Sanchez; The Ohio State University College; Eilon Shany, Ben-Gurion University of the Negev e Susan Hintz, Standford University of Medicine.
A inovação também esteve presente ao integrar o Microsoft
Copilot em seu formato. Com mais de 40 palestras realizadas por médicos e
professores de diversos países, o Copilot desempenhou um papel crucial, usando
a Inteligência Artificial Generativa para processar e gerar resumos precisos de
cada apresentação. Esses resumos, após validação de especialistas nos temas
abordados, foram disponibilizados, em três idiomas, através de um app para os
participantes, pouco tempo após cada apresentação.
Monitoramento de recém-nascidos
A PBSF oferece aos hospitais, sejam públicos ou privados, um avançado sistema digital que permite reagir a tempo para salvar a vida de bebês com os mais variados tipos de ocorrências neurológicas que pode causar sérios danos às crianças.
Em um estudo publicado no Journal of the American
Medical Association (JAMA) Network Open foi mostrado o registro de 296 bebês
que tiveram convulsão enquanto eram monitorados nos hospitais. Desse total, 72%
dos casos (213) não apresentaram sinais, durante as crises, que pudessem ser
identificados por meio de avaliação clínica tradicional. A tecnologia da PBSF
foi capaz de aplicar o tratamento assertivo a tempo de salvar estas crianças.
Atualmente a ferramenta está presente em 49 hospitais.
PBSF - Protecting Brains & Saving Futures
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