Fatores contribuem no aumento da asma, como estilo de vida ocidentalizado e a rápida urbanização levam a mudanças no ambiente, mudanças na alimentação e maior permanência em locais fechados
Antes mesmo do início do outono no
Brasil, no dia 20 de março, observou-se um aumento de doenças causadas
por vírus e bactérias, sobretudo as alergias e doenças respiratórias. É um tal
de garganta “raspando”, tosse seca, coceira nos olhos, nariz congestionado.
Dentre as doenças respiratórias alérgicas mais frequentes em todo o mundo,
estão a rinite alérgica e a asma. A co-ocorrência destas condições é
frequentemente observada em pacientes e a estimativa é que somente a asma afete
aproximadamente 339 milhões de pessoas em todo mundo. Estudos prévios
descreveram alta prevalência de rinite alérgica e polinose em populações específicas
no Sul do Brasil, enquanto a prevalência de asma parece estar dentro da média
nacional e internacional.
Dados sobre essa temática estão no
estudo intitulado “Prevalência de asma, rinite alérgica e polinose em uma
cidade do Brasil: um estudo de monitoramento. Alergologia e Imunopatologia”. De
acordo com o professor de Medicina Jean Besson, especialista em Imunologia, na
maior parte do mundo, mais pessoas são diagnosticadas com asma todos os anos, e
vários fatores que contribuem têm sido associados a uma tendência crescente na
prevalência da asma. “Dentre eles, um estilo de vida ocidentalizado e a rápida
urbanização levam a mudanças no ambiente, mudanças na alimentação, maior
permanência em locais fechados, exposição a aeroalérgenos ambientais e outras
condições que impactam nas condições de saúde, como doenças alérgicas..
Nesta época do ano, em que há mudança
de clima para temperaturas mais amenas e maior queda de flores e folhas das
árvores, além da rinite e da asma, estão a febre do feno (polinose) e bronquite
relacionadas à exposição aos alergênico, incluindo poeira, mofo, ácaros e
poluentes. “Também podem ser listadas as infecções bacterianas, incluindo
amigdalites, otite, pneumonia e sinusites.” Portanto, para os indivíduos que já
tenham sido diagnosticados anteriormente com alergias (respiratórias, dermatite
atópica ou de contato), devem evitar re-exposições subsequentes aos agentes
sensibilizadores das respostas alérgicas. “O sistema imune tende a apresentar
respostas amplificadas e nocivas, manifestando sinais e sintomas com espectro
variável”, completa o professor.
Segundo ele, não existem vacinas
conhecidas que evitam o desenvolvimento de respostas alérgicas. Entretanto, a
consolidação dos esquemas vacinas, especialmente durante o desenvolvimento
pós-natal, favorece a plasticidade do sistema imunológico. “Diante disso, ao
realizar a “proteção” contra os agentes etiológicos responsáveis por doenças
bacterianas e virais, o organismo é beneficiado e auxilia no controle de
doenças “atópicas”. Mesmo aqueles que não apresentam respostas alérgicas, é
importante manter a hidratação, a suplementação com vitaminas
imunoestimulantes, além de conhecer o histórico de doenças alérgicas e ou
respiratórias da família.”
Doença autoimune
Poucos sabem, mas uma alergia ou
infecção respiratória podem evoluir para uma doença autoimune. “Contudo, existe
um fenômeno de capacitação do sistema imune, denominado “tolerância
imunológica”. Neste caso, antes de combater os corpos estranhos denominados
“antígenos”, as nossas células chamadas de linfócitos devem ser apresentadas ao
nosso próprio organismo. Eventualmente, o processo pode apresentar falhas e o
nosso organismo reconhece nossas células como “corpos estranhos”, e o sistema
imune ataca e destrói nossas células saudáveis. Algumas bactérias,
especialmente, possuem componentes proteicos semelhantes aos componentes do
nosso organismo, sendo que doenças autoimunes podem resultar da falha
decorrente deste processo. Literalmente, o organismo ataca o nosso corpo que compartilha
algo em comum com as bactérias, “acreditando” que está livrando o tecido dos
microrganismos”, detalha o professor.
Dicas para se
prevenir de alergias e doenças respiratórias:
- Manter o controle da hidratação e da
umidade relativa do ar;
- Manter a casa higienizada, livre de
ácaros, mofo e poeira;
- Evitar locais classificados como
“ambientes com poluição elevada”;
- Evitar locais com poluição elevada;
- Realizar a correta higienização dos
alimentos.
UniCesumar
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