Campanha Fevereiro Laranja tem como objetivo conscientizar sobre o tema; em dois anos, Hospital Japonês Santa Cruz realizou 13 transplantes de medula ósseaEntre 2015 e
2023, os atendimentos da rede pública relacionados à leucemia aumentaram de
9.778 para 11.758 casos, um salto de 20% de aumento no estado de São Paulo. Os
atendimentos ambulatoriais também cresceram, passando de 106.812 para 120.985:
elevação de 13%. Esses números ressaltam a importância da conscientização e da
prática da doação de medula óssea para o transplante de medula óssea (TMO),
principal forma de tratamento para a leucemia.
Entre 2022 e
2023, o Hospital Japonês Santa Cruz (HJSC) realizou 13 transplantes.
Hematologista da instituição, Fernanda Lemos Moura ressalta a importância da
ação de doar. "É crucial para pacientes com indicação de TMO alogênico, os
pacientes com leucemia aguda com risco desfavorável, especialmente quando não
há um doador aparentado (que tem parentesco) disponível. Isso viabiliza o
procedimento, tornando a doença com altas taxas de cura”, afirma.
Além do
alogênico, há outro tipo de TMO, o autólogo – aquele em que o próprio indivíduo
é doador das células-tronco que são coletadas antes que ele seja submetido a
sessões de quimioterapia, com a finalidade de destruir a medula doente e
eliminar o câncer. Após essa fase, é feita a infusão das células-tronco que
foram retiradas do paciente.
A leucemia é um
tipo de câncer da medula óssea, que é a fonte produtora do sangue. Nas
leucemias, há um crescimento desordenado dessas células, levando a anemia,
risco de infecção e sangramento, que são os principais sinais e sintomas,
principalmente nas leucemias agudas.
Diante da
importância do tema, o segundo mês do ano foi escolhido para receber a campanha
Fevereiro Laranja, com o objetivo de informar sobre o papel vital que a doação
de medula óssea desempenha na busca por tratamentos eficazes e na construção de
uma rede de apoio solidária. A participação da comunidade é essencial para
ampliar o banco de doadores e oferecer esperança a pacientes que enfrentam a
batalha contra a leucemia.
Dra Fernanda
Lemos Moura explica que não há prevenção na maioria dos casos de leucemia, o que
aumenta ainda mais a importância das doações de medula óssea para a realização
dos transplantes. "Não há medidas específicas, já que cerca de 90% dos
casos são esporádicos, ocorrem ao acaso, sem histórico familiar independente de
ações preventivas. Os 10% restantes estão associados à exposição ocupacional a
produtos químicos, como organofosforados, ou ao uso prévio de alguns
quimioterápicos”, explica.
Com relação ao
tratamento, a especialista afirma que sempre há uma fase inicial, feita com
combinações de quimioterápicos, que pode seguir ou não com o transplante de
medula óssea. "O tipo de tratamento para a leucemia varia conforme a
classificação da doença - se é aguda ou crônica, mieloide ou linfoide. Nas
leucemias com indicação de transplante de medula óssea, todas passam por uma
fase inicial chamada indução, que envolve combinações de quimioterápicos."
Atualmente, a
doença ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª
em mulheres. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, para
cada ano do triênio 2020-2022, foram diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil
casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.
Como
ser doador
De acordo com
instruções do Ministério da Saúde, basta ter entre 18 e 35 anos, apresentar
boas condições de saúde, não ter apresentado ou estar em tratamento de câncer,
doenças no sangue, no sistema imunológico ou ainda doenças infecciosas e se
cadastrar em um hemocentro.
Ao fazer o
cadastro, o doador faz a coleta de 5 ml de sangue para testes de
compatibilidade e o resultado fica arquivado no cadastro de medula óssea. Caso
o doador seja compatível com algum paciente da lista de espera, ele será
convidado a fazer a doação.
Hospital Japonês
Santa Cruz
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