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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Urologista de Santos alerta para medicamentos que podem desencadear disfunção erétil persistente

Heleno Diegues Paes fala sobre os perigos dos efeitos colaterais, esclarecendo a complexa relação entre fármacos e a saúde sexual

 

Em um cenário de constante avanço na área médica, surgem alertas fundamentais que destacam aspectos muitas vezes negligenciados dos tratamentos farmacêuticos. Entre eles está um assunto muitas vezes pouco discutido: medicamentos que, apesar de serem prescritos para o tratamento de diversas condições, podem desencadear disfunção erétil persistente mesmo após sua suspensão. 

A relação entre medicamentos e a saúde sexual é complexa, demandando uma compreensão profunda das interações bioquímicas e seus efeitos a longo prazo. Neste contexto, o urologista Heleno Diegues Paes faz um alerta sobre os riscos de disfunção erétil e diminuição da libido relacionados ao uso de medicamentos. 

"Existem muitos medicamentos que interferem negativamente na sexualidade. Os mais comuns são alguns anti-hipertensivos, como os diuréticos e os beta-bloqueadores, ou alguns medicamentos psiquiátricos como os benzodiazepínicos. Existem remédios que atuam diminuindo o efeito da testosterona, usados principalmente em algumas doenças da próstata, que poderiam ter efeito negativo na libido". 

Sobre a persistência da disfunção erétil após a suspensão do tratamento, o Dr. Paes menciona casos de piora da função sexual em pessoas que utilizam medicamentos crônicos. Mesmo após a interrupção do tratamento, o mal desempenho persiste em algumas situações. 

"Isso não tem uma explicação plausível até o momento, mas felizmente não é comum. Trata-se de uma exceção. Como as disfunções sexuais têm inúmeras causas e frequentemente elas coexistem no mesmo indivíduo, uma explicação seria a influência de outros fatores, que não o medicamento, como determinantes do desempenho ruim". 

No que diz respeito às alternativas de tratamento, o urologista enfatiza a importância da suspensão ou troca do medicamento sempre que possível. Quando a disfunção erétil é causada exclusivamente pelo medicamento, a chance de melhora imediata é significativa.  

“Quando não ocorre a melhora após a suspensão, será necessário dar suporte psicológico a estes pacientes, pois frequentemente eles sofrem de insegurança e baixa autoestima, o que gera mais dificuldade em conseguir uma boa excitação". 

O Dr. Paes destaca ainda a necessidade de abordar o problema como uma doença crônica, orientando os pacientes sobre a complexidade do tratamento e ressaltando que os resultados serão conquistados ao longo do tempo. 

Quanto à importância de informar os pacientes sobre os possíveis riscos de efeitos colaterais, ele destaca que é crucial discutir os principais efeitos adversos para que os pacientes compreendam e aumentem a adesão ao tratamento.  

“Mas os efeitos adversos são uma possibilidade, e não uma regra. Os pacientes devem relatar os sintomas estranhos ao iniciar um tratamento e o médico irá encontrar meios de resolvê-los. Todos os remédios possuem efeitos colaterais. Quando é optado por um tratamento, entende-se que os benefícios superam os riscos." 

Finalmente, sobre a faixa etária em que a resposta à disfunção erétil causada por medicamentos, ele é direto: “Não há uma faixa etária para este tipo de ocorrência. Quando a causa é exclusivamente um medicamento, qualquer idade pode ser atingida, basta tomar o remédio. Entretanto, a disfunção erétil por outras causas são comuns nos idosos, que por sua vez, também sofrem de polifarmácia, aumentando as chances de um mau resultado na cama”. 

Este alerta do Dr. Heleno Diegues Paes visa conscientizar a população sobre a importância de compreender os possíveis impactos dos medicamentos na saúde sexual, destacando a necessidade de diálogo aberto entre médicos e pacientes para garantir o tratamento mais adequado e minimizar os riscos associados.

 

Heleno Paes - Santista de nascimento e criação, começou a se interessar pela medicina no final do ensino médio, quando precisou socorrer um amigo com cólica renal. Posteriormente esteve em uma excursão promovida pela escola para ajudar os estudantes a escolher a profissão, e conheceu a faculdade de medicina da USP. Ficou maravilhado com o estudo do corpo humano, com as peças do laboratório de patologia, e decidiu que era isso que queria fazer. Assim, ingressou na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, em 1997. Foi para a Amazônia à serviço do Exército e realizou diversos trabalhos junto à população carente local. Após um ano, regressou e foi morar em São Paulo, onde se especializou em cirurgia geral no Hospital Municipal do Tatuapé, depois em Urologia no Hospital Santa Marcelina e, por fim, em Transplante Renal na mesma instituição.


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