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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Casos de tromboses são maiores em mulheres que fazem o uso de contraceptivos orais combinados

Algumas mulheres podem desenvolver trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou tromboembolismo venoso


Conforme um estudo publicado pelo Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, o risco de trombose venosa profunda (TVP) em mulheres em idade reprodutiva varia de 5 a 10 casos a cada 10 mil mulheres por ano. Entre as usuárias de contraceptivos orais combinados (COC), o risco de TVP é maior, subindo para 8 a 10 casos. Esta doença ocorre quando há a formação de um coágulo nas veias profundas, podendo causar uma obstrução completa ou parcial do fluxo sanguíneo. Em alguns casos, o uso de COC pode aumentar significativamente também o risco de tromboembolismo venoso, patologia que envolve tanto a TVP quanto a embolia pulmonar. 

Para a ginecologista na Clínica Ginelife e especialista em saúde da mulher, Dra. Ana Carolina Romanini, nem todas as pílulas irão fazer com que a usuária corra o risco de desenvolver trombose. “As pílulas anticoncepcionais que aumentam o risco de TVP são apenas as do tipo combinado, que juntam derivados do estrogênio com progestágeno. Ainda assim, a chance de desenvolver a doença é pequena. Se preferir, a mulher pode optar por outros métodos, como contraceptivos injetáveis, anel vaginal combinado, DIU e até mesmo laqueadura, que oferecem benefícios semelhantes”, comentou.  

O risco de trombose venosa profunda é maior em mulheres que utilizam pílulas contendo ciproterona, drospirenona, gestodeno e desogestrel, associado a um estrogênio e isso acontece porque esse tipo de contraceptivo provoca uma resistência às proteínas C-reativas, que agem como anticoagulantes naturais do corpo. Por conta disso, o organismo pode ser afetado e ficar mais propício à aparição de coágulos, levando à trombose.

“Existem diversas categorias de contraceptivos orais combinados. Mulheres com algum fator de risco podem optar por utilizar os que contêm em sua composição apenas o progestágeno, que apresentam um risco menor do desenvolvimento da TVP”, alertou a ginecologista.

A trombose causada por anticoncepcional pode gerar alguns sintomas específicos, como inchaço no membro afetado, dores nas pernas e também a aparição de manchas vermelhas escuras ou até mesmo azuladas. Mulheres que são hipertensas, obesas, diabéticas ou têm alguma outra doença devem conversar com seu especialista e optar por não utilizar contraceptivos orais combinados, pois esses problemas são fatores de risco para o desenvolvimento da TVP.

“Um fator muito importante que deve ser levado em consideração antes de iniciar o uso da pílula anticoncepcional é a trombofilia hereditária, que aumenta a predisposição para um episódio trombótico, podendo a pílula ser um gatilho para o desenvolvimento da trombose. Dessa maneira, outros métodos contraceptivos devem ser avaliados e considerados”, explicou o cirurgião vascular e membro da SBAVC - Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Dr. Márcio Steinbruch. 

O diagnóstico da trombose venosa profunda pode ser feito por meio de ecografia e exame de sangue. Já o tratamento pode ser feito de forma medicamentosa, por anticoagulantes administrados em forma de injeções ou comprimidos, e também os fibrinolíticos, administrados por via endovenosa. “Algumas pacientes podem precisar passar por uma cirurgia minimamente invasiva, por cateterismo, onde um dispositivo é inserido na veia e destrói os coágulos”, ponderou Steinbruch.

 



Dra. Ana Carolina Romanini - ginecologista na Clínica Ginelife. Formada em Medicina, residência em Ginecologia e Obstetrícia e especialização em Videoendoscopia Ginecológica pela Faculdade de Medicina do ABC. Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Título de especialista em Endoscopia Ginecológica pela Associação Médica Brasileira e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Médica preceptora do setor de Videoendoscopia Ginecológica no Hospital Estadual Mário Covas.

Dr. Márcio Steinbruch – Sobre o Dr. Márcio Steinbruch – formado pela Universidade de São Paulo (USP), é médico com especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, além disso, possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e é sócio titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Curta as redes sociais do médico: Instagram: @livredevarizes e Facebook.com/marcio.steinbruch e acesse o site: www.livredevarizes.com.br/.

 

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