Procedimento de ablação (remoção do tumor), minimamente invasivo, já é oferecido em poucos centros públicos do país por iniciativa própria das instituições; movimento marcado para o dia 13/12 promoverá ‘mutirão’ em 6 hospitais públicos, em SP, RJ, ES e RS
Médicos oncologistas e intervencionistas
decidiram realizar um movimento pela inclusão, no SUS (Sistema Único de Saúde),
de um tipo de cirurgias sem cortes para tratamento de câncer na rede
pública.
O procedimento de ablação por
radiofrequência ou micro-ondas, solução minimamente invasiva e altamente
resolutiva, já é oferecido em hospitais da rede particular e em alguns centros
públicos de saúde, por iniciativa própria das instituições. A ideia da
mobilização é permitir a ampliação da oferta desse tipo de tratamento a outros
pacientes com câncer atendidos no SUS.
No próximo dia 13 de dezembro, uma
quarta-feira, seis instituições públicas, localizadas nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Espírito Santo e no Rio Grande do Sul irão realizar uma espécie
de “mutirão”, realizando em um só dia 16 cirurgias para remoção de tumores
malignos por ablação.
Os procedimentos serão realizados no
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Icesp e InRad) e no
Hospital São Paulo (SPDM/Unifesp), na capital paulista, Hospital de Amor, em
Barretos (SP), Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de
Janeiro, Hospital Santa Rita, no Espírito Santo e Hospital Nossa Senhora
da Conceição, em Porto Alegre (RS). O movimento foi batizado de “Dia Nacional
da Cirurgia Sem cortes: Ablação”.
A ablação é uma solução minimamente
invasiva, promissora no tratamento de alguns tipos de tumores malignos,
proporcionado tratamento por meio de procedimentos pouco invasivos, sem cortes,
que podem ser realizados em caráter ambulatorial na maioria das vezes. É
indicada principalmente para o tratamento de pequenas lesões primárias de
fígado e rim, assim como algumas metástases hepáticas e pulmonares (até 3
lesões com até 3 centímetros), algumas pequenas lesões primárias e metastáticas
ósseas.
O método é aplicado sem a necessidade de
incisões cirúrgicas, e representa um marco na abordagem terapêutica contra o
câncer. Durante o procedimento, uma agulha ou sonda especial é posicionada no
interior do tumor, guiada por um método de imagem (tomografia ou ecografia), e
ondas de radiofrequência são aplicadas com precisão, visando à destruição das
células cancerígenas. Essa abordagem inovadora oferece benefícios como menor
tempo de recuperação e redução dos riscos associados à cirurgia tradicional.
“O objetivo dessa mobilização é informar a
população e a comunidade médica sobre a ablação por radiofrequência e por
micro-ondas, buscando não apenas compartilhar conhecimento sobre o
procedimento, mas também ressaltar o compromisso dessas instituições com a
oferta de tratamentos de ponta no enfrentamento do câncer. Essa iniciativa
representa um avanço importante na Medicina, e a inclusão desse tipo de
procedimento no rol do SUS poderá beneficiar um número cada vez maior de
pacientes oncológicos”, diz Marcos Menezes, médico
radiologista-intervencionista do Instituto do Câncer do Hospital das Clínicas
da FMUSP (Icesp).
Atualmente,
a Comissão de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde
analisa pedido feito pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista
para inclusão do procedimento de ablação térmica para tratamento de câncer de
cólon e reto com metástase no fígado. A proposta está em fase de consulta
pública, que se encerra no próximo dia 13 de dezembro.
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