No Brasil, se existem homens barbados, em relação às mulheres de saia, pode colocar mais 6 milhões na conta, correspondendo a 51,5% da população total do país. Ainda, de acordo com o último censo desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número não vai parar de crescer, permanecendo em supremacia feminina por tempo indeterminado.
Seria a vitória
do girl power? Quem dera. Basta uma simples olhadela de rabo de olho
para o mundo corporativo, lugar onde tudo que importa acontece, para que se
perceba o contrário. Se, numericamente, elas já chegaram ao montante de
104.548.325 belezuras circulando livremente por aí, nas organizações, elas
correspondem a apenas 38% dos cargos de liderança brasileiros.
Ou seja: na
nação conhecida pelas curvas majestosas de suas musas, como Juliana Paes,
Paolla Oliveira, Grazi Massafera e mais uma série de outras que a quantidade de
linhas aqui presentes jamais conseguiria comportar, não há, no presente
momento, equidade de chances profissionais para elas, já que os indicadores não
escondem a predileção corporativa por líderes masculinos.
E por que será?
Para a psicologia profunda, ciência fundada no ano de 1900, em Viena, pelo
médico neurologista Sigmund Freud e que estuda os aspectos inconscientes da
mente humana, existe uma explicação para que o homem não suporte ver mulher no
lugar mais alto da pirâmide corporativa, deixando-as em cargos de pouca
expressividade. E ela se chama castração da mãe.
Na visão do
especialista, o menino, desde a mais tenra idade, possui uma grande curiosidade
a respeito da sexualidade dos seus pais. Em sua mente de criança, ele imagina
que tanto o seu pai quanto a sua mãe possuem os tesouros do mundo guardados
dentro de si. Por conta disso, uma fantasia comum é despi-los de suas roupas
para acessar as “coisas” que ele acha que tem direito.
Assim, à medida
que o interesse por desvendar o corpo dos seus genitores cresce com o passar da
idade, em algum momento o moleque irá conseguir ver o corpo nu da tal moça que
usa salto alto. E é aí que se instala a questão abordada neste artigo.
Diferente do que o garoto imaginou, ver a genitália de sua mãe, em vez de
satisfação, trouxe para si um desconforto bem particular.
Como um tremor
de terra que avassala qualquer lugar que sofra a ação de um forte terremoto,
produzindo uma fissura que arrasta para dentro dela o que estiver ao seu redor,
a ansiedade sentida pelo guri mediante à imagem da vagina vai de encontro ao
que a sua mente interpreta: “nossa! Ela não tem aquilo que balança entre as
pernas. Alguém deve ter cortado o seu bilau.”
É por este
motivo que o menino congela de tanto medo, quase deixando os seus excrementos
escorrerem pelas pernas. Porque o canibal que teve a coragem de cortar a
trombeta malagueta de sua mãe deve estar por aí e irá fazer consigo o mesmo que
foi feito na lapada na rachada. Deste modo, resta a ele a possibilidade de
fugir do perigo, deixando a figura feminina bem longe.
Não é exatamente
o que acontece nos negócios? Fixados neste complexo psicopatológico em que uma
mulher em posição de superioridade virá cortar os seus pênis e, de quebra,
também levar o saco com as suas bolas, os colaboradores do sexo masculino que
não conseguiram elaborar este conflito lá atrás jamais promoverão uma moçoila
para liderar o que quer que seja.
“Ter chefe
mulher e precisar administrar aquele turbilhão de emoções novamente? Nunca
mais”. Como consequência, a Bruna, administrativo da firma há 10 anos, nunca
será supervisora. A Carol, vendedora que mais traz receita para a casa, não
passará nem perto de ser uma gestora de contas. E o que dizer da Sofia? Ela faz
tudo, só não consegue subir na pirâmide organizacional.
Tudo por conta
do horror em ter o pênis decepado por uma mulher. Agora sabendo que esta
fantasia persecutória exerce influência direta sobre o aparelho psíquico dos
indivíduos do sexo masculino, o que pode ser feito? Em primeiro lugar, é
responsabilidade do homem admitir que tem problema com as madames, buscando
ajuda psicológica para tratar esta e outras questões.
É lá, deitado no
divã do profissional de saúde mental, que esta fixação psicopatológica poderá
ser ouvida, amparada e ressignificada, disponibilizando aos sofredores desta
enfermidade uma nova maneira de encarar a feminilidade, transformando-a, assim,
de um símbolo carregado de amedrontamento e repugnância, para outro,
devidamente curado do ódio voltado às donzelas.
Compete às
empresas, portanto, a obrigação de remover o cabresto da vergonha que cobre os
seus olhos organizacionais, deixando com que as suas colaboradoras possam,
finalmente, existir. Livres de qualquer fantasia, desobrigadas de qualquer
delírio, desprendidas de qualquer alucinação. Afinal, ter que lidar com as
doenças deste bicho chamado homem, não é mole não.
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