Para
Ellen Gonçalves, CEO do PG Advogados: “a cada ano o consumidor está mais engajado,
cauteloso e conectado. Isso significa que existe mais consciência sobre o que
de fato é promoção e o que não é, os direitos garantidos pela lei e,
principalmente, seus canais de defesa”
A Black Friday
se aproxima e, com ela, a expectativa de aumento significativo nas vendas de
empresas ao redor do mundo. Um levantamento realizado pela Mfield mostra que a
intenção de compra cresceu 32% para a data neste ano, que acontece em 24 de
novembro. O dado é uma sinalização positiva para o segmento: 55% dos varejistas
acreditam na melhora nas vendas deste ano e apostam em promoções para motivar o
brasileiro a comprar. O mesmo estudo indica que 32,8% dos consumidores começam
a comparar preços um mês antes do evento, contra apenas 25,1% pesquisam em cima
da hora.
“Para este ano,
o mercado está otimista muito em razão dos resultados apresentados pelos
marketplaces, que têm recebido cada vez mais investimento”, destacou Ellen
Gonçalves, CEO do PG Advogados, plataforma de serviços jurídicos de São Paulo.
Estruturação
jurídica para acolher a demanda
O cenário está
aquecido e as varejistas já começaram a se estruturar para atender a
expectativa dos consumidores, que são altas: há cada vez mais exigência quando
se trata de rapidez na entrega e qualidade do serviço. “As empresas devem estar
preparadas para atender as expectativas dos clientes. É preciso fornecer
informações transparentes e precisas sobre prazos de entrega, disponibilidade
do produto em estoque, informações técnicas e, claro, prontidão para atender
dúvidas que possam surgir no meio do processo de compra”, destacou Ellen, que é
especialista em Direito do Consumidor e Contencioso Estratégico.
Não se trata
apenas de gerenciar a logística e os estoques e investir em segurança digital e
tecnologia para garantir mais fluidez e praticidade ao consumidor. É preciso
pensar nos desafios jurídicos que o período impõe. “A cada ano o consumidor
está mais engajado, cauteloso e conectado. Isso significa que existe mais
consciência sobre o que de fato é promoção e o que não é, os direitos
garantidos pela lei e, principalmente, seus canais de defesa”, explicitou
Ellen.
De acordo com
uma plataforma de reclamações, a maior promoção do varejo brasileiro acumulou
quase 193 mil reclamações durante o período de liquidação, do ano passado.
“Nosso time jurídico está muito perto das áreas que compõem toda a operação
para a Black Friday, e durante todo o ano. Estamos falando de mais de 1 milhão
de vendas on-line por dia, então, atuar de maneira preventiva faz parte do
trabalho. Nossas ações de marketing, por exemplo, passam pela aprovação da
equipe jurídica primeiro”, destacou Michelle Ferraz, executiva jurídico da Raia
Drogasil. Em 2022, o segmento de Beleza e Perfumaria foi um dos que apresentaram
maior número de pedidos.
Na expectativa
de diminuir o índice de reclamações que evoluam para a judicialização, a
Infracommerce, plataforma de comércio digital atuante em toda a América Latina,
apoia diretamente os varejistas que contratam suas soluções a partir de um
ponto de vista jurídico. “Nosso país é muito litigioso e por isso existe uma
previsão acerca dos principais problemas e reclamações inerentes ao período.
Oferecemos suporte técnico e consultivo para nossos parceiros por entendermos o
mercado brasileiro e o comportamento do consumidor, que é único a cada ano e em
cada segmento. A gente atua, então, para proteger as marcas de possíveis
fraudes ou outros problemas relacionados ao boom de vendas”, explicou Amanda
Almeida, executiva jurídico da companhia.
Consultoria
jurídica especializada se torna opção estratégica
O PG Advogados
desenvolveu assessoria especializada em Black Friday, atuando por meio de três
pilares fundamentais: o primeiro é o preventivo, em que antecipa possíveis
problemas relacionados à data comercial, realiza treinamento para melhores
práticas, revisa cartilhas e materiais de apoio em conjunto com as áreas
de negócios das varejistas e desenvolve estratégias legais de acordo com dados
e processos da companhia. O objetivo é alcançar resultados durante a Black
Friday ao mesmo tempo que mitiga riscos jurídicos.
O segundo foco
da operação é atuar durante o período promocional, quando oferece suporte jurídico
em tempo real, acolhendo demandas de consumidores para a resolução ágil e
eficaz, aconselhando o time estratégico na tomada de decisão e, por fim,
representa a companhia em caso de eventuais autuações administrativas, com os
órgãos do sistema de defesa do consumidor, ou já em situações litigiosas.
“O ambiente regulatório está em constante mudança. As leis
de comércio, proteção ao consumidor, tributação e regulamentações específicas
do setor podem ser complexas e variar de acordo com a localização geográfica.
Uma consultoria jurídica especializada pode garantir que a empresa esteja em
conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis, gerenciando riscos de
todos os âmbitos e prestando atendimento humanizado”, esclareceu Ellen
Gonçalves.
O debate sobre tendência e desafios para a Black Friday
2023 ocorreu durante evento realizado em Alphaville (SP), e contou com
importantes players do setor. A anfitriã foi Ellen Gonçalves, que recepcionou
na sede do PG Amanda Almeida, da Infracommerce, Fabíola Xavier, do Instituto de
Desenvolvimento do Varejo (IDV), e Michele Ferraz, da Raia Drogasil, para um
bate-papo sobre os erros do passado e as melhores práticas de mercado para este
ano.
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