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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Black Friday: lojistas também devem se preparar para garantir segurança jurídica durante período promocional

Para Ellen Gonçalves, CEO do PG Advogados: “a cada ano o consumidor está mais engajado, cauteloso e conectado. Isso significa que existe mais consciência sobre o que de fato é promoção e o que não é, os direitos garantidos pela lei e, principalmente, seus canais de defesa”

 

A Black Friday se aproxima e, com ela, a expectativa de aumento significativo nas vendas de empresas ao redor do mundo. Um levantamento realizado pela Mfield mostra que a intenção de compra cresceu 32% para a data neste ano, que acontece em 24 de novembro. O dado é uma sinalização positiva para o segmento: 55% dos varejistas acreditam na melhora nas vendas deste ano e apostam em promoções para motivar o brasileiro a comprar. O mesmo estudo indica que 32,8% dos consumidores começam a comparar preços um mês antes do evento, contra apenas 25,1% pesquisam em cima da hora.

 

“Para este ano, o mercado está otimista muito em razão dos resultados apresentados pelos marketplaces, que têm recebido cada vez mais investimento”, destacou Ellen Gonçalves, CEO do PG Advogados, plataforma de serviços jurídicos de São Paulo.


 

Estruturação jurídica para acolher a demanda

 

O cenário está aquecido e as varejistas já começaram a se estruturar para atender a expectativa dos consumidores, que são altas: há cada vez mais exigência quando se trata de rapidez na entrega e qualidade do serviço. “As empresas devem estar preparadas para atender as expectativas dos clientes. É preciso fornecer informações transparentes e precisas sobre prazos de entrega, disponibilidade do produto em estoque, informações técnicas e, claro, prontidão para atender dúvidas que possam surgir no meio do processo de compra”, destacou Ellen, que é especialista em Direito do Consumidor e Contencioso Estratégico.

 

Não se trata apenas de gerenciar a logística e os estoques e investir em segurança digital e tecnologia para garantir mais fluidez e praticidade ao consumidor. É preciso pensar nos desafios jurídicos que o período impõe. “A cada ano o consumidor está mais engajado, cauteloso e conectado. Isso significa que existe mais consciência sobre o que de fato é promoção e o que não é, os direitos garantidos pela lei e, principalmente, seus canais de defesa”, explicitou Ellen.

 

De acordo com uma plataforma de reclamações, a maior promoção do varejo brasileiro acumulou quase 193 mil reclamações durante o período de liquidação, do ano passado. “Nosso time jurídico está muito perto das áreas que compõem toda a operação para a Black Friday, e durante todo o ano. Estamos falando de mais de 1 milhão de vendas on-line por dia, então, atuar de maneira preventiva faz parte do trabalho. Nossas ações de marketing, por exemplo, passam pela aprovação da equipe jurídica primeiro”, destacou Michelle Ferraz, executiva jurídico da Raia Drogasil. Em 2022, o segmento de Beleza e Perfumaria foi um dos que apresentaram maior número de pedidos.

 

Na expectativa de diminuir o índice de reclamações que evoluam para a judicialização, a Infracommerce, plataforma de comércio digital atuante em toda a América Latina, apoia diretamente os varejistas que contratam suas soluções a partir de um ponto de vista jurídico. “Nosso país é muito litigioso e por isso existe uma previsão acerca dos principais problemas e reclamações inerentes ao período. Oferecemos suporte técnico e consultivo para nossos parceiros por entendermos o mercado brasileiro e o comportamento do consumidor, que é único a cada ano e em cada segmento. A gente atua, então, para proteger as marcas de possíveis fraudes ou outros problemas relacionados ao boom de vendas”, explicou Amanda Almeida, executiva jurídico da companhia.


 

Consultoria jurídica especializada se torna opção estratégica

 

O PG Advogados desenvolveu assessoria especializada em Black Friday, atuando por meio de três pilares fundamentais: o primeiro é o preventivo, em que antecipa possíveis problemas relacionados à data comercial, realiza treinamento para melhores práticas,  revisa cartilhas e materiais de apoio em conjunto com as áreas de negócios das varejistas e desenvolve estratégias legais de acordo com dados e processos da companhia. O objetivo é alcançar resultados durante a Black Friday ao mesmo tempo que mitiga riscos jurídicos.

 

O segundo foco da operação é atuar durante o período promocional, quando oferece suporte jurídico em tempo real, acolhendo demandas de consumidores para a resolução ágil e eficaz, aconselhando o time estratégico na tomada de decisão e, por fim, representa a companhia em caso de eventuais autuações administrativas, com os órgãos do sistema de defesa do consumidor, ou já em situações litigiosas.

 

“O ambiente regulatório está em constante mudança. As leis de comércio, proteção ao consumidor, tributação e regulamentações específicas do setor podem ser complexas e variar de acordo com a localização geográfica. Uma consultoria jurídica especializada pode garantir que a empresa esteja em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis, gerenciando riscos de todos os âmbitos e prestando atendimento humanizado”, esclareceu Ellen Gonçalves.

O debate sobre tendência e desafios para a Black Friday 2023 ocorreu durante evento realizado em Alphaville (SP), e contou com importantes players do setor. A anfitriã foi Ellen Gonçalves, que recepcionou na sede do PG Amanda Almeida, da Infracommerce, Fabíola Xavier, do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), e Michele Ferraz, da Raia Drogasil, para um bate-papo sobre os erros do passado e as melhores práticas de mercado para este ano.


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