Após três meses de variações negativas, setor tem o seu melhor momento em
três anos; faturamento médio diário para o período foi de R$ 43,6 milhões
Os shows musicais, as feiras e os eventos
impulsionaram a atividade turística na capital paulista no mês de março,
expandindo 9,2% em relação a fevereiro. Após três meses consecutivos de
variações negativas, o setor apresentou o melhor momento em três anos. No
contraponto anual, o crescimento foi de 24,9%. Os dados são do Índice Mensal de
Atividade do Turismo (IMAT), apurado mensalmente pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com
o Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris.
Em março, o faturamento do setor foi de R$ 43,6 milhões de média diária, alta
mensal de 8,9%. Na base comparativa anual, o avanço foi de 83%, com grande
destaque para o aumento na taxa de ocupação dos meios de hospedagem, que
atingiu 77,1% no período — no segundo mês do ano, a variação foi de 57,1%. É o
maior nível desde 2020, quando o levantamento dos dados para a pesquisa foi
iniciado.
De acordo com a FecomercioSP, o cenário positivo era previsto em virtude do
calendário aquecido das feiras e eventos no pós-carnaval. Além disso, a
sequência de shows da banda Coldplay também estimulou a vinda de turistas para
a capital, movimentando toda a cadeia de serviços de turismo. O festival
Lollapalooza influenciou para esse resultado, apesar de atrair um perfil de
público mais local. Esse cenário foi confirmado pela elevação mensal de 3,7% no
número da movimentação média de passageiros nos dois principais aeroporto da
cidade, que chegou a 163 mil por dia. O nível é 30% superior ao registrado no
mesmo período do ano passado, quando a variante ômicron da covid-19 estava em
situação mais crítica. O emprego tem acompanhado essa tendência. No terceiro
mês do ano, o estoque de trabalhadores celetistas em setores ligados, direta ou
indiretamente, ao setor foi de 414,2 mil — elevações de 0,2%, na comparação
mensal, e de 4%, no contraponto anual.
Sentido oposto
No sentido oposto, a movimentação nos terminais rodoviários apontou queda em março
(-7,9%), frente à circulação de 34,9 mil passageiros por dia. Por outro lado,
na comparação anual, houve aumento de 4%. O resultado mensal menor pode ser
interpretado como um ajuste após a alta temporada das férias de janeiro e o
carnaval em fevereiro. Nada que atrapalhe a tendência de crescimento de longo
prazo.
Para abril, recuos mensal e pontual são esperados, uma vez que o mês contou com
dois feriados numa sexta-feira (Sexta-Feira Santa e Tiradentes), reduzindo o
número de dias úteis e impossibilitando a realização de eventos e
feiras. De acordo com a Federação, vale ressaltar a importância de grandes
shows, como o da banda Coldplay, para a economia da cidade. Assim, é preciso
pensar como construir uma agenda com mais atrações similares.
Por outro lado, o turismo de negócios está bem estabelecido na capital, tanto
pela magnitude, pelo histórico e pela estrutura, quanto pela falta de
concorrência no País. O turismo de lazer, por sua vez, cresce a passos mais
lentos, estimulado pela gastronomia e pela cultura.
Nota metodológica
O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a
criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos
aeroportos de Congonhas (Infraero) e Guarulhos (GRU Airport), assim como dos passageiros
das rodoviárias (Socicam), a taxa média de ocupação hoteleira na cidade (FOHB),
o faturamento do setor do turismo na capital (FecomercioSP/SMF-SP) e o estoque
de emprego nas atividades exclusivas do turismo (Caged). O índice tem sua base
no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode
sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a
saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.
FecomercioSP
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