Com as quedas de
temperatura o organismo realiza diversas medidas para reduzir a perda de calor,
o que piora as dores crônicas
Dores costumam ser preditivos de mudança climática.
Quem nunca viu pessoas darem indícios, prevendo a chegada da chuva ou do frio,
apenas por que sentem sua dor no joelho, por exemplo, aumentar de intensidade.
Por mais inusitado que possa parecer, há uma lógica por trás deste raciocínio.
A médica intervencionista em dor, dra. Amelie
Falconi, relata ser muito comum, no inverno, o aumento da procura por consultas
médicas devido a piora das dores, principalmente as dores articulares e
musculares. Segundo Falconi a explicação para este fenômeno se deve ao fato de
o clima frio acarretar algumas alterações no organismo humano, que costumam
levar à piora da dor em quem já sofre com o problema.
“Com as quedas da temperatura, o organismo realiza
diversas medidas com o intuito de reduzir a perda de calor. Entre elas a
vasoconstrição, processo de “encolhimento" dos vasos sanguíneos, que
redistribui o fluxo sanguíneo e gera redução da circulação do sangue,
principalmente nas extremidades do corpo (mãos e pés)”, explica a médica
intervencionista em dor.
Essa alteração da circulação de sangue nas
extremidades aumenta a viscosidade do líquido sinovial, substância encontrada
dentro das articulações, que é responsável por sua lubrificação. “Quanto mais
denso o líquido, mais rígido se tornam as articulações, piorando as dores
articulares”, diz Falconi.
Conforme a médica intervencionista em dor, a
vasoconstrição provocada pelo frio faz também com que os músculos não fiquem
aquecidos como ficariam em temperaturas mais altas, levando-os a se contraírem.
“Essas contraturas musculares, por sua vez, exacerbam as dores, especialmente
em pacientes que já sofrem com dores miofasciais”, ressalta.
Para piorar a situação, em decorrência do desconforto ocasionado pela
exacerbação das dores, muitos pacientes costumam reduzir a prática de
atividades físicas e abandonar programas de reabilitação quando faz frio. “Isso
também contribui para o agravamento das dores crônicas neste período”, afirma
Falconi.
Neste sentido, ressalta a médica intervencionista
em dor, tudo que o paciente não deve fazer é negligenciar programas de reabilitação
e a prática de atividade física. Esta, por exemplo, ajuda a aquecer o corpo,
contribuindo para a expansão dos vasos sanguíneos e para a diminuição das dores
articulares e musculares.
Outras medidas que devem ser tomadas, de acordo com
Falconi, visando ao alívio das dores durante o frio são: o uso de bolsa de água
quente e de agasalhos adequados à temperatura. “Aquecer ajuda a relaxar a
musculatura, melhora a circulação sanguínea e diminui as dores”, diz.
A médica intervencionista em dor ressalta ser fundamental
também a quem observa sua dor aumentar durante o frio buscar ajuda médica para
avaliar cada situação. “O médico poderá, por exemplo, realizar ajustes na
medicação para mitigar a dor”, diz.
Dra. Amelie
Falconi - Especialização
em Medicina da Dor pela Santa Casa da Misericórdia de São Paulo. Título de
Especialista em Dor pela AMB (Associação Médico Brasileira). Fellow Of
International Pain Practice (FIPP) pelo World Institute of Pain (WIP). Fellowship
de Intervenção em Dor - Clínica Aliviar / sinpain Rio de Janeiro. Pós-graduação
em Medicina Intervencionista da Dor Guiada Por Ultrassonografia – sinpain.
Pós-graduação em Anestesia Regional - Instituto de Ensino e Pesquisa do
Hospital Sírio Libanês. Especialização em Anestesiologia MEC / SBA. Medicina
pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Ministra aulas na
pós-graduação de medicina intervencionista da dor do Hospital Albert Einstein. Ministra
aulas na pós-graduação de medicina intervencionista da dor na Faculdade sinpain.
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