Vendas em 2022 podem alcançar mais de R$ 1,1 trilhão, aponta FecomercioSP
Impulsionado pelas lojas de vestuário, tecidos e
calçados – que, até setembro, apontaram aumento nas vendas em 22% –, o comércio
varejista no Estado de São Paulo deve conquistar o seu melhor ano, desde 2008,
quando se deu início à série histórica da Pesquisa Conjuntural do Comércio
Varejista (PCCV) realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A projeção é que a comercialização
cresça 9%, em 12 meses, na comparação com 2021, superando o movimento do
período em R$ 88,6 bilhões.
A expectativa aponta para um faturamento anual de vendas reais de mais de R$
1,1 trilhão. Frente ao cenário otimista, destaque para o primeiro semestre de
2022. Com desempenho 37% acima da média histórica para o primeiro semestre, o
faturamento acumulado até junho somou mais de meio trilhão de reais – R$ 53
bilhões (ou 11%) a mais que o valor registrado em igual momento no ano passado.
Segundo estudo da FecomercioSP, é nítida a reação dos setores que mais sentiram
as contingências impostas para o controle da pandemia, em 2020. Entre janeiro e
junho de 2022, com exceção das concessionárias de veículos e das lojas de
eletrodomésticos e eletrônicos, todas as atividades analisadas demonstraram
recorde histórico nas vendas.
Destaque positivo para as lojas de vestuário, que, durante as restrições
impostas pelo avanço da covid-19, sofreram a maior retração da histórica
(-31%). Em 2021, retomaram o crescimento, e, neste ano, o segmento tende a
mostrar nova expansão, em virtude da demanda reprimida por roupas e calçados –
após quase um ano de consumo essencialmente voltado a bens essenciais.
Faturamento recorde
Entre janeiro e setembro de 2022, o faturamento do comércio varejista bateu
novo recorde histórico, ao atingir R$ 812 bilhões – quase R$ 70 bilhões acima
de igual período do ano passado.
O bom desempenho pode ser justificado pelo melhor rendimento das famílias,
graças à redução do desemprego e ao maior saldo de contratações formais, assim
como pela normalização do cenário da pandemia, com reabertura das lojas e livre
circulação de pessoas.
Além disso, o aumento de crédito foi importante para dar sustentação aos
impactos causados pela inflação: 24% acima do registrado no primeiro semestre
de 2021. Entre janeiro e setembro, o sistema financeiro injetou R$ 2,3 bilhões
mediante novas concessões de empréstimos, 22% a mais que em 2021.
Incertezas para 2023
Segundo a FecomercioSP, 2023 deve ser um ano de incertezas quanto aos
princípios a serem adotados na condução da política econômica. Além disso, o
desempenho de 2022 torna mais árdua a tarefa de superar este patamar.
Consequentemente, para viabilizar o resultado positivo – com taxas setoriais
mais modestas do que as registradas em 2022 –, será essencial que os
fundamentos econômicos (como juros, câmbio e equilíbrio fiscal) se mantenham
estáveis, sustentando a confiança dos agentes econômicos.
Caso isso ocorra, será possível alcançar novo crescimento do varejo paulista de
até 2%, o que poderia ser considerado um excelente resultado, dada a
excepcional performance registrada neste ano.
FecomercioSP
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