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quinta-feira, 16 de junho de 2022

Saúde mental materna deve ser prioridade ainda na gestação

Gravidez, parto e puerpério são fases que mexem com a mulher física e emocionalmente

 

A gestação de um bebê sempre foi muito idealizada pelas mulheres e pela sociedade. Engravidar, descobrir o sexo da criança, passar pelas fases da gravidez, pelo parto e entrar em uma nova rotina com o recém-nascido são desafios para as mães, principalmente, as de primeira viagem. Todas essas mudanças, incluindo o período do puerpério, pode fazer com que a família - e a própria mulher - deixe de lado a atenção com a saúde mental. 

Há pouco tempo, esse assunto entrou em debate e começou a ser mais “normalizado” nas rodas de conversas. Mas, um dos grandes desafios continua sendo conscientizar e sensibilizar as pessoas para os riscos e os impactos de problemas relacionados à saúde mental em um momento de muitas mudanças. 

Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Paulista, Márcia Karine Monteiro, as estruturas financeiras, emocionais, sociais e físicas interferem em como as mulheres e os familiares, recebem a notícia de uma gravidez e como lidam com ela. “A saúde mental materna está ligada aos acontecimentos dessa mãe e de toda a sua vida. Se uma pessoa não programou a chegada de um filho, não possui estrutura e nem acolhimento, pode ter grandes chances de desenvolver uma depressão, por exemplo”, explica. 

Cuidar da saúde mental na gestação também é oferecer bem-estar ao bebê. A mulher experimenta uma nova responsabilidade, a de ser mãe, e precisar dividir seu tempo e noites de sono para cuidar do recém-nascido. “É importante o pai e a avó da criança participarem para essa mãe ter com quem dividir tantas tarefas e ter seus momentos de descanso também”, comenta. 

Depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, psicose pós-parto, transtornos de pânico e fobias podem ser desenvolvidos nesse período. “Em casos de desconfortos, de ansiedade, de dificuldade para pegar no sono e preocupação constante, por exemplo, é interessante procurar a ajuda de um psicólogo. Além disso, é preciso saber se esses sintomas estão aparecendo de forma constante ou se são pontuais. Ser mãe, principalmente de primeira viagem, é um desafio. E, como todo novo ciclo, pode trazer inseguranças. O anormal está em sintomas persistentes. Os pais, as famílias e os amigos devem compreender que esse é um momento importante, de adaptação, e as mulheres precisam ser mais compreendidas”, finaliza.

 

Millena Araujo


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