O vício em internet pode causar disfunções sociais e mentais em adultos e crianças
Em um mundo cada vez mais conectado, o acesso à internet
se mostra não apenas uma ferramenta essencial para estudos, trabalho e outras
atividades ligadas à produção, mas também atraente pela facilidade em encontrar
algo que as pessoas gostam: entretenimento. Na infância, a exposição excessiva
às telas prejudica os estímulos necessários ao desenvolvimento e aumenta o
risco de déficits cerebrais.
A rápida acessibilidade a esses "momentos de
prazer" pode levar a uma repetição e consequente dependência do uso dos
aparelhos eletrônicos. Estudos mostram que 89% da população entre 9 e 17 anos
está online (dados publicados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil), um
número que passa dos 24 milhões de jovens e crianças. A professora e psicóloga
do UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Recife, campus Caxangá,
Larissa Oliveira, aponta os perigos de deixar as crianças sem regras no uso dos
aparelhos eletrônicos.
"Além de problemas - como dificuldade de sono, falta
de sociabilidade e agressividade, exposição a conteúdos que as crianças não têm
maturidade emocional para lidar, o uso desses aparelhos pode acarretar
transtornos psicológicos como os de ansiedade, bulimia, anorexia e depressão.
Estes transtornos podem aparecer associados com ideações e tentativas de suicídio,
além de comportamentos autoagressivos como se cortar, arrancar os cabelos, roer
as unhas até causar ferimentos", conta Larissa.
E como tudo isso fica na questão da educação? Várias instituições
têm utilizado a tecnologia durante as aulas. Além disso, existe uma quantidade
considerável de conteúdo gratuito na internet que pode ser uma boa opção de
ensino complementar. Apesar das vantagens, especialistas afirmam que não é
saudável substituir completamente os livros pela internet ou, em outros termos,
o analógico pelo digital.
"Os eletrônicos devem ser vistos como aliados no
processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança e do adolescente, mas
precisam ser apresentados de forma consciente. Diante disso, em pré-escolares,
o uso de telas deve ser o mínimo possível, inserindo a criança em atividades
além das telas (jogos educativos, narração de histórias e atividades lúdicas
com envolvimento social). Para crianças mais velhas e adolescentes, o
gerenciamento do tempo de uso, juntamente com atividades extracurriculares que
promovam a interação social, cultural e esportiva, são alternativas ao uso
excessivo de telas", conclui a psicóloga.
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