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segunda-feira, 6 de junho de 2022

Entenda os riscos de usar FGTS na aquisição de ações da Eletrobrás


A notícia de que entre a sexta-feira (03) e a próxima quarta-feira (08) os investidores pessoas físicas poderão realizar o pedido de reserva de ações da Eletrobras, tanto diretamente quanto também indiretamente, usando parte do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), está movimentando o mercado e esconde um grande risco para os trabalhadores. 

A expectativa é que a oferta movimente em torno de R 30 bilhões, no total, e a precificação está prevista para a próxima quinta-feira (9). Quem for utilizar o FGTS terá que usar pelo menos R 200 e precisará respeitar o limite máximo de investimento equivalente a 50% do saldo disponível em cada conta vinculada do FGTS. 

Porém, segundo o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN), essa opção que para muitos é um caminho para investir de forma diferente, esconde na verdade um grande risco para os trabalhadores principalmente em relação ao FGTS. 

“Muito me preocupa a forma como vem sendo divulgada esse tema, como sendo sempre uma ótima opção, escondendo os existentes. Ao buscar a compra de ação nesse formato, o trabalhador está pegando o dinheiro fundamental do FGTS e colocando em um empreendimento, sendo que colocar dinheiro em ações é comprar parte de uma empresa”, explica Reinaldo Domingos. 

Ou seja, esse ato é tirar o dinheiro de um lugar seguro e colocar em algo de maior risco. “Realmente o dinheiro do FGTS tem um rendimento baixo, mas é uma garantia em caso de uma emergência e também uma garantia para a aposentadoria. Infelizmente, grande parte das pessoas não percebem os riscos existentes na compra de ações, não sabem lidar com essas e podem perder dinheiro”, alerta Domingos. 

Outro ponto de preocupação apontado pelo presidente da ABEFIN é que o trabalhador só poderá usar esse dinheiro depois de 12 meses e caso seja demitido ou tenha algum problema antes. E se a ação estiver em baixa quando puder usar, pode perder dinheiro. 

“Acredito que o governo poderia dar outras opções para os trabalhadores utilizarem o valor do FGTS, como poderia ser um investimento no Tesouro Selic, por exemplo. Isso garantiria muito mais segurança ao trabalhador e uma boa rentabilidade. Maior do que deixar o dinheiro no FGTS”, sugere Reinado Domingos. 

Um ponto importante a ser destacado é que grande parte da população não entende de educação financeira e muito menos de investimento. Assim, ao verem essa opção sendo apresentada podem tomar uma decisão sem o real conhecimento de todos os riscos existentes, podendo levar a perder dinheiro. 

O presidente da ABEFIN conta que isso já aconteceu na Petrobrás no passado, e teve pessoas que perderam dinheiro. Assim, não tem como apoiar essa decisão sem que se tenha um debate e esclarecimento maior sobre o tema. “Também é preciso dar outras opções para o trabalhador e sempre reforçar sobre a importância do FGTS para o futuro, sendo esse dinheiro fundamental para as pessoas”, finaliza Reinaldo Domingos.

 

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