Todo momento pode ser decisivo na
existência das pessoas. Isso conquista um contorno diverso e rodeado de
expectativas, seja no ambiente privado ou no espaço público, pois o impacto na
vida de muitos ou mesmo milhares e milhões será evidente.
Em qualquer dessas situações, o
planejamento diário, semanal, mensal ou anual -- em alguns casos mesmo
plurianuais -- será sempre uma estratégia importante. Ele precisará ser, no
mínimo, adequado, ainda que nem todas as circunstâncias estejam sob controle de
quem organiza algo, como é natural da existência humana.
Mas qual o significado disso? Exigirá
que todo aquele que se coloca diante da tomada de decisões deve refletir e
constatar que muitas vezes o resultado esperado, ou ainda melhor do que
esperado, pode decorrer da simplicidade. Isto não é subestimar o potencial
humano ou deixar de ter metas muito elaboradas, pelo contrário.
No emaranhado de uma sociedade que
“cresceu” sob os holofotes de um modelo centrado em determinado padrão no que
se espera em termos de sucesso econômico e que, ao mesmo tempo, é tão desigual,
as realizações pessoal e coletiva parecem cada vez mais difíceis ou reduzidas
para poucos. Só que a lógica deveria e pode ser diferente.
Grandes respostas aos problemas de uma
organização empresarial, para que se torne sustentável e resiliente, e, também
no mesmo sentido, respostas aos problemas sociais, podem ser obtidas a partir
de tomada de decisões simples, ou seja, pensadas, atentas às reais demandas,
dialogadas (sim, especialmente nos espaços públicos e corporativos, a
comunicação deve ser ressignificada) e exequíveis.
As lideranças -- e pode-se afirmar que
mesmo no aspecto individual, cada pessoa pode e deve ser líder de si mesmo, no
sentido de se oportunizar ter consciência de sua própria vida e tomar decisões
para o melhor possível -- são então convidadas para algo inédito: agendar um
tempo diário para refletir detidamente sobre o momento presente, aprendendo com
o passado e desenhando ações para o melhor cenário de futuro.
Parece complexo? Em um tempo em que se
espera muita produtividade e prontas respostas, pode-se afirmar que sim. Só que
o exercício fará com que se torne complexo-viável e, aos poucos, um efetivo
hábito aliado no redesenho de empresas e do Estado.
Aline da Silva Freitas - professora de Direito Público da Universidade Presbiteriana
Mackenzie Campinas e doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade de São
Paulo.
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