Com mais oito cirurgias programadas
- duas bilaterais - o Grupo de Próteses Implantáveis HC-FMUSP recomeçará no
próximo sábado, no Hospital das Clínicas de São Paulo, o mutirão de cirurgias
iniciado em dezembro de 2020, com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde do
Estado de São Paulo.
Mais
oito cirurgias serão realizadas no próximo sábado, dia 16 de janeiro, de
implante coclear em seis pacientes que estavam na fila de espera devido à
pandemia do novo coronavírus.
“Serão
30 pacientes no total. Um dia de mutirão representa um mês de cirurgias em
relação ao ano passado, quando precisamos paralisar as cirurgias devido à
pandemia do novo coronavírus”, diz Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, titular
pela Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo e diretor do Grupo de Próteses Implantáveis HC-FMUSP.
É
importante ressaltar que toda a equipe que trabalha aos sábados nas cirurgias,
está operando no horário de folga de cada um, de modo totalmente voluntário.
“Temos mais de dois mil e quinhentos pacientes implantados desde 1987 e, com a
pandemia, vimos todo o trabalho parar pois não havia centro cirúrgico
disponível para operarmos. E as crianças têm um tempo para começarem a ouvir e
terem resultados positivos na cognição e desenvolvimento de linguagem. Já os
adultos, que perderam a audição por algum momento no decorrer da vida, precisam
de estímulos sensoriais que recebem através da audição, para não se isolarem e
desenvolverem vários tipos de doenças, entre elas, a depressão. E, nesse
mutirão de cirurgias, nossa prioridade são os nossos pacientes menores de
quatro anos com alguns adultos também!”, continua ele.
Implante
coclear
A
audição é um dos sentidos mais importantes que o ser humano possui. É esse
sentido que faz com que as pessoas interajam com familiares, amigos, tenha vida
profissional concorrendo de igual para igual com os ouvintes, desenvolva a
cognição e compreenda muito do que é ensinado na escola. Isso sem falar no
auxílio da localização, em estar alerta aos sons que demonstram perigo como
freadas, sirenes, janelas quebradas, entre outros. “O implante coclear, o
popular ouvido biônico, auxilia os implantados a ouvirem. E, depois da ativação
de cada aparelho, cada um vai aprender a ouvir e o significado das palavras.
Não há mágica! É um trabalho constante entre família, fonoterapeutas e
implantado. Para os que já ouviram - e voltarão a ouvir depois de um tempo no
silêncio - , aprenderão a ouvir de modo diferente até o cérebro se acostumar
com os sons que ele receberá”, continua o professor.
E
finaliza: “Terminaremos esse mutirão de cirurgias em 13 de fevereiro e estamos
certos de que essa retomada significa o recomeço para as cirurgias se
normalizarem e os nossos pacientes entrarem - ou retornarem - no mundo sonoro”.
O
Grupo de Próteses Implantáveis tem o site www.implantecoclear.org.br
e a equipe é formada por otorrinolaringologistas, fonoaudiólogas, pediatra,
psicólogas, assistente social, neurologista e geneticista. O atendimento é
feito pelo SUS e planos de saúde.
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