Janeiro é o mês em
que os pacientes voltam com dores e complicações. Aplicações devem ser feitas
logo antes do início das sessões de terapia ocupacional
Quem faz uso da toxina botulínica (botox) para
tratamentos que vão além da estética – em casos de lesão neurológica – deve
tomar cuidado para não perder o efeito das aplicações nas férias. Isso porque, após
a aplicação da substância no músculo a ser trabalhado, é crucial realizar o
treinamento de movimentos indicado pelos profissionais reabilitadores para que
o ganho seja completo.
“Vejo muitos pacientes voltarem das férias, sem ter
feito os exercícios recomendados e perderem o ganho da aplicação”, lamenta a
terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, que tem experiência de 30
anos no ramo.
Para contornar a dificuldade de conciliar férias
com os tratamentos, ela recomenda marcar a aplicação do botox terapêutico para
logo antes do retorno das sessões de terapia ocupacional.
Diversas outras complicações ocorrem no mês de
janeiro devido à interrupção do tratamento de lesões. Entre elas, a perda de
movimentos ou força. Muitos relatam que voltam a sentir dores. “Janeiro é o mês
do encurtamento”, explica a terapeuta. “Acaba faltando manutenção e voltam
problemas anteriores, como as dores da Síndrome do Túnel do Carpo, que é uma
das que mais afetam as mãos.”
Entenda o botox terapêutico
Em pacientes que se recuperam de um AVC,
paralisias, traumatismo craniano, entre outras ocorrências, os movimentos
acabam muito prejudicados e, entre as sequelas, está a perda de força.
O uso terapêutico do botox atua entre o músculo e
as terminações nervosas, que passam a enviar menos informações ao músculo, e
ele volta ao normal. O tratamento é um dos mais indicados para pacientes que
sofrem com espasticidade. Após a aplicação, o terapeuta ocupacional trabalha
para que a pessoa recupere o máximo de movimentos e ganhe força nas atividades
diárias.
“Observo uma melhora de movimentos dos membros
afetados, facilitando assim as atividades de vida diária, como segurar um copo
ou uma faca, entre outras atividades. É muito gratificante acompanhar a
evolução e autonomia dos pacientes”, explica Syomara.
Syomara
Cristina Szmidziuk - atua há 30 anos como terapeuta ocupacional, tem
experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em
pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em
domicílio, onde desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da
mão. Possui treinamento em contenção induzida, eletroestimulação, Bobath
(AVC) e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.
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