A Conferência São Paulo Sua lançou para o diálogo social com a sociedade e os candidatos a prefeito, vice e vereadores o documento “São Paulo Sua para uma cidade do bem viver”. É a chamada Agenda mínima, necessária e imprescindível. Um Pacto pela Cidade formado por três áreas: o pacto pela vida, pelo trabalho e pela democracia dentro de uma cultura de paz. (https://bit.ly/32a9W0Y).
Fruto da participação de 1.000 lideranças de 150
entidades e instituições durante um ano em debates de equipes de trabalho,
seminários, encontros e plenárias transformou-se num documento referencial da
cidadania e da ideia de que São Paulo tem jeito. Foram realizadas lives
convidando todos os candidatos a prefeito e vice a apresentarem suas propostas
e compromissos em relação à Agenda mínima da São Paulo Sua. (www.saopaulosua.org.br)
Na contramão da dispersão partidária natural nas
eleições a Agenda mínima propõe ser o caule e as raízes que a cidade precisa
implementar e conquistar na maior cidade do continente americano.
Esta pandemia em curso e suas dramáticas
consequências aumentam as responsabilidades em articular um amplo e plural arco
de alianças democrático da sociedade civil para pressionar os poderes
executivo, legislativo e judiciário a estarem à altura dos desafios que a
cidadania e a democracia exigem. O Plano Diretor Estratégico Municipal de São
Paulo terá uma revisão na Câmara em 2021.Isto influi no desenvolvimento
econômico e urbana de toda a cidade. Os interesses do capital imobiliário, das
empresas de transportes públicos e do lixo, por exemplo, podem conflitar com os
anseios de 2,5 milhões de paulistanos que não possuem moradia nem saneamento
ambiental. Um legislativo sintonizado com a voz das ruas precisa crescer.
Daí a urgência de entender que a cidade invisível e
a visível necessitam dialogar. Os ativos
educacional,cultural,esportivo,empresarial,sindical,científico-tecnológico,religioso
precisam estabelecer pontes e derrubar cercas. Uma cidade é rica quando ela
distribui e não quando ela acumula riquezas. Um Pacto da Cidade respaldado pela
sociedade civil para ajudar a ampliar os consensos e convergências entre os
setores sociais para combater as desigualdades de todo o gênero. São Paulo
possui 18 universidades e 570 faculdades formando mais de 80.000 universitários
por ano. Podem debruçar-se criativamente para a melhoria da economia
regional e da saúde onde estão territorialmente inseridas .Conhecimento,
cultura e inovação rimam com trabalho, renda e bem viver.
Por que não eleger o trabalho e a cultura como um
centro de prioridades e foco de todos os segmentos organizados e instituições?
Construindo oportunidades para 600.000 jovens de 18 a 29 anos disponíveis e
desempregados. O equivalente a 12 Itaqueras lotados não merecem uma mobilização
das inteligências coletivas com uma métrica mensal das conquistas realizadas?
Isso numa cidade que possui 1,78 milhão de empresas ativas,28% da produção
científica do País e R$700 bi de PIB.
É imperioso a cidade caminhar para uma gestão
descentralizada nas 32 subprefeituras que têm em média 375 mil habitantes em 96
distritos equipada com mais profissionais, tecnologia e recursos. Amparando-as
com a dinamização e empoderamento dos cerca de 20 conselhos municipais
existentes na cidade com 15.000 lideranças eleitas. Ou seja São Paulo tem
jeito.
A Conferência São Paulo Sua, que continuará ativa
após as eleições, quer contribuir para que a cidade seja o polo irradiador das
comemorações do Bicentenário da Independência e da realização da Semana de Arte
Moderna de 2022 colocando asas nas pernas da esperança e das utopias.
Allen Habert - engenheiro e mestre pela EPUSP,foi membro do Conselho Universitário da UNICAMP e presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo.É diretor da CNTU-Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários e coordenador da Conferência São Paulo Sua.
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