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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Levantamento revela dados da violência contra a mulher no país

O projeto Justiceiras fez um balanço desses sete meses que vem atuando no acolhimento e orientação de meninas e mulheres vítimas de violência doméstica. Nesse período, atendeu 2435 casos. São Paulo é o estado com mais ocorrências, 1298 — 53% do total. 


O projeto, que recebe diariamente contato de vítimas de violência, foi implantado no final de março. Os pedidos de orientação abrangem diversos tipos de violência: física, psicológica, moral, sexual, patrimonial.

Ainda de acordo com o levantamento, 73% das atendidas relatam ter sofrido violência dentro de casa. E seis em cada 10 têm filhos crianças ou adolescentes.

"Outro dado que chama a atenção é o fato de que quase metade das mulheres atendidas nunca terem pedido ajuda a órgãos públicos ou para o sistema de justiça. Esses números expressam apenas uma parte do problema. Ainda existe o silêncio por falta do reconhecimento da violência, vergonha, medo e julgamento social", ressalta a advogada Anne Wilians, uma das idealizadoras do projeto e presidente do Instituto NW.

O projeto Justiceiras surgiu com o objetivo de proteger a mulher em tempos de quarentena e isolamento, numa iniciativa dos Institutos Nelson Wilians, Justiça de Saia e Bem Querer Mulher.

Os pedidos de ajuda via WhatsApp são direcionados para uma equipe voluntária, profissional e multidisciplinar, que inclui advogadas, psicólogas e assistentes sociais. Todo o contato é feito de forma remota, por mensagens, ligações ou videochamadas. As voluntárias também são de diferentes regiões do Brasil. 



Quem é o agressor?

Ainda de acordo com o levantamento, oito em cada 10 atendidas relatam situação de violência conjugal. Em 53% desses casos, o agressor é o homem com quem essas mulheres ainda se relacionam. Já em 47%, o agressor é um ex-companheiro.

Em 20% dos casos, os agressores têm acesso aos celulares das atendidas - 8% delas também mencionam sofrer violência por parte de outros familiares.

"Muitas delas relatam sofrer chantagens e ameaças ao tentar romper o relacionamento. Isso funciona como um gatilho para aumento de violências", explica Anne Wilians. 



Idade

As mulheres na faixa etária entre 31 e 40 anos representam o maior índice de atendidas pelo projeto, com 37%. 7% estão na faixa de até 20 anos; 27% entre 21 e 30 anos; 19% entre 41 e 50 anos; e 9% estão acima de 51 anos.

Vale destacar que o projeto registrou 51 casos envolvendo menores de idade e 49 casos de mulheres idosas.

"73% das atendidas relatam ter sofrido violência dentro de casa. Em 20% dos casos, a violência se dá repetidamente também por meios digitais, via contatos telefônicos ou mensagens de WhatsApp", ressalta Anne. 



Tipos de violência

A violência psicológica e ameaças, relatada por 84% e 42% das atendidas, respectivamente, estão entre os principais tipos de violência.

38% das atendidas relatam passar por violência física, enquanto 29% relatam passar por violências patrimoniais, e 17% por situações de violência sexual.

O projeto Justiceiras recebe pedidos de ajuda pelo WhatsApp (11) 99639-1212.

"Nossa intenção é que as mulheres vítimas de violência se sintam seguras, acolhidas e bem orientadas, que recebam o suporte psicológico, jurídico e todo apoio que precisam para atravessar este cenário de isolamento, sem criar sequelas ainda maiores", finaliza Anne Wilians.


https://inw.org.br/violencia-contra-a-mulher-covid-19/

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