A professora
doutora do Unipê explica a importância de que a população idosa se mantenha
ativa na quarentena, em todos os aspectos da vida, e dá dicas de atividades
para o período que ainda estamos vivendo
Com a pandemia e a quarentena, foi necessário que
todos se mantivessem em casa, especialmente a população idosa, um dos grupos de
risco para a Covid-19. Mas, ao seguir as orientações do isolamento social para
a prevenção do contágio com o coronavírus, muitos deixaram de realizar
atividades físicas no período, e tantos outros ainda seguem em quarentena. Por
isso, a professora doutora Olívia Galvão, do curso de
Fisioterapia do Unipê – Centro Universitário de João Pessoa,
explica no que pode acarretar esta falta de movimentação e como revertê-la.
A diminuição da mobilidade por longos períodos,
especialmente na população idosa, pode acarretar diminuição da força muscular,
equilíbrio, menor flexibilidade, redução das amplitudes de movimento articular,
diminuição da capacidade cardiorrespiratória, e todas essas alterações
decorrentes da redução da mobilidade nos idosos podem trazer consequências como
quedas e outros agravos mais sérios a saúde.
Nesse sentido, pesquisas*
apontam que 30% dos indivíduos com idade igual ou maior a 65 anos apresentam
relato de queda anualmente – 70% delas ocorrem no interior da residência. Por
isso, os idosos devem ficar atentos, não apenas a se manterem ativos**,
mas também evitar outros fatores de risco encontrados em seus domicílios, como
pisos escorregadios e molhados, cadeiras instáveis, calçados inapropriados,
ambientes escuros, entre outros.
A especialista Olívia Galvão comenta sobre como
pode ser revertido este cenário: “Diante desse momento atípico de isolamento
social, os idosos devem tentar manter uma rotina de exercícios físicos diários,
mesmo em seus domicílios, a exemplo de uma caminhada, uma dança, alongamentos
musculares”.
Olívia ainda destaca a importância não só de se
manterem ativos fisicamente, realizando atividades da vida diária de forma
independente e sem a ajuda de outras pessoas. “É importante também que idosos
preservem sua autonomia, que é a habilidade de controlar, de lidar e de tomar
decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas
próprias regras e preferências. Assim como estar inserido em uma rede social de
apoio”, afirma a professora doutura do Unipê.
Outras atividades que podem realizar são as
lúdicas, como jogos de tabuleiro, memória, palavras-cruzadas, entre outras.
Aprender a usar novas tecnologias, a exemplo de redes sociais, também é uma
opção para manter os laços de afetividade com familiares e amigos neste
momento.
Já para os idosos que faziam tratamento
fisioterapêutico antes da pandemia e não estão podendo mais sair de casa para
ir ao atendimento presencial, a recomendação da especialista é de que eles
recebam orientações do seu fisioterapeuta para realizar alguns exercícios em
casa sob a supervisão de outra pessoa.
A professora do curso de fisioterapia ainda
destaca: “É importante que as pessoas idosas procurem o fisioterapeuta não
apenas para tratar doenças e sequelas já instaladas, mas que busquem a
fisioterapia como medida para a promoção da saúde e prevenção de doenças e
agravos. Pois a fisioterapia, nesses casos, tem o objetivo de manter o idoso
independente funcionalmente e autônomo, promovendo um envelhecimento saudável”.
*Para os dados de quedas:
FERRETTI, Fátima; LUNARDI, Diany; BRUSCHI, Larissa. Causas e consequências de quedas de idosos em domicílio. Fisioterapia e movimento, Curitiba, v. 26, n.4, p. 753-762, dez., 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502013000400005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 30 de outubro de 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-51502013000400005.
REBELATTO, José Rubens; MORELLI, José Geraldo da
Silva. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. 2. ed. ampl.
Barueri, SP: Manole, 2007.
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e
gerontologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
**Sobre conceito de envelhecimento ativo e
autonomia:
OMS. Envelhecimento ativo: uma política de saúde.
Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde; 2005.
Centro Universitário de João Pessoa
– Unipê p
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