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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Campanha incentiva homens a cuidarem da saúde de forma integral

A partir da mobilização mundial que ocorre neste mês, o Ministério da Saúde investe mais de R$ 20 milhões para prevenção do câncer de pênis e lança o cartão de saúde do caminhoneiro

 

Para estimular os homens a cuidarem da sua própria saúde de forma integral, o Ministério da Saúde lança, nesta quarta-feira (11/11), a campanha do Novembro Azul. A pasta aproveita a mobilização mundial em prol da saúde masculina, que ocorre neste mês, para planejar ações e contribuir para a redução da morbidade e da mortalidade dessa população a partir do enfrentamento dos fatores de risco e com a facilitação do acesso aos serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  

A cerimônia realizada no auditório do Ministério da Saúde contou com a presença do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, do secretário de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Raphael Parente, e do secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Luiz Otávio Franco Duarte.

Clique aqui e acesse a apresentação Novembro Azul

O ministro destacou a importância da prevenção e reforçou o comprometimento do Ministério da Saúde com o tema: “A ação precoce e preventiva é o melhor caminho para qualquer doença. Sabemos que o homem é diferente. A gente demora para buscar o médico, demora para ceder a isso. E muita gente acaba agravando a doença por essa característica masculina. Precisamos mudar isso. Temos sim que buscar o médico antes de chegar em uma situação mais complicada. Essa é a nossa missão, divulgar essa campanha. Essa mobilização vai mostrar que temos capacidade de cuidar. Vamos vencer juntos”. 

Como parte do Novembro Azul, o Ministério da Saúde está instituindo um projeto-piloto e liberando incentivo financeiro federal de custeio para desenvolvimento de ações de promoção para cuidado integral à saúde do homem e prevenção do câncer de pênis no âmbito da Atenção Primária à Saúde – um investimento de mais de R$ 20 milhões, que de acordo com o secretário da pasta, Raphael Parente, é de extrema necessidade já que “muito se fala de câncer de próstata, mas sabemos que o câncer de pênis também representa um problema. Por isso, o foco da nossa campanha está nisso, principalmente em municípios e estados onde a doença é mais prevalente. Essa é uma política que vai manifestar resultados daqui há uns anos”. 

Os recursos serão destinados para estados com taxa de mortalidade de câncer de pênis acima de 0,60 por 100.000 homens no período de 2014 a 2018. São eles: Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Sergipe. Além disso, 370 municípios com população de até 100.000 habitantes com média de registro de, ao menos, um diagnóstico de câncer de pênis, também receberão o incentivo. A portaria que libera os valores será assinada por Pazuello no evento e prevista para ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) de quinta-feira (12/11). 

O Ministério da Saúde também fechou um acordo de cooperação técnica com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Um grupo de trabalho será instituído para elaborar uma série de atividades para ampliar as práticas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de câncer de pênis, próstata e testículo no país. Na ocasião o secretário de Atenção Especializada à Saúde aproveitou para deixar um recado: “É responsabilidade de todo homem estar atento aos sinais e se cuidar. O SUS oferece ações, serviços de prevenção e cuidado e está pronto para atender e tratar qualquer um que bater na nossa porta. O homem precisa valorizar a própria saúde para garantir a vida plena e de qualidade. Preste atenção na sua saúde e felicidade”. 

Além disso, o Ministério da Saúde lança, em parceria com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT), o Cartão de Saúde do Caminhoneiro (a) para promover a saúde e prevenir doenças aos condutores. O documento será utilizado para registro e acompanhamento de informações clínicas da saúde dos integrantes da categoria pelos profissionais de saúde, promovendo, assim, maior adesão e cuidado à saúde dessa população em qualquer estabelecimento da Atenção Primária do país, seja público ou privado. A ação prevê a impressão e distribuição inicial de 500 mil cartões para estados e municípios. O cartão do caminhoneiro pode ser acessado aqui e o da caminhoneira aqui

Após a cerimônia, um grupo de motociclistas realizou um passeio pela Esplanada dos Ministérios, para marcar o lançamento da campanha.

 

ATENDIMENTOS 

Homens entre 40 a 59 anos são os que mais procuram atendimentos em postos de saúde na Atenção Primária, representando um aumento de 50% no número de atendimentos individuais desde 2018. Dados de janeiro a agosto de 2020 mostram que, mesmo durante a pandemia da Covid-19, 11.066.879 homens dessa faixa etária procuraram auxílio no SUS – um número maior do que o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 11.027.281 atendimentos individuais do sexo masculino. 

O Ministério da Saúde vem trabalhando para estimular a população masculina a buscar consultas e exames por meio da Estratégia do Pré-natal do Pai – um check-up antes do nascimento do bebê. Homens da faixa etária de 20 a 39 anos foram os mais atendidos pela estratégia entre os anos de 2018 a 2020, representando mais de 50% dos atendimentos na Atenção Primária. O pré-natal voltado aos futuros pais é uma forma de incentivar a prática do cuidado para que assim os homens estejam mais presentes na vida daqueles que dependem da saúde e bem-estar.

 

DADOS 

O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, entre 2020 e 2022. Homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença. 

Outro ponto em relação à saúde do homem envolve o câncer de pênis que, em alguns casos, envolve a amputação do membro masculino. Estimativa do INCA é de que ocorram 1.130 novos casos da doença neste ano. Os principais fatores de risco são higiene íntima inadequada e infecção por HIV. 

O Ministério da Saúde também está reforçando os cuidados para o câncer de boca. Na população masculina este câncer é o quinto tipo mais incidente. O tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição solar sem proteção, infecção pelo vírus HPV e imunossupressão estão entre os fatores de risco para a doença que normalmente acomete homens com mais de 40 anos de idade. De acordo com o INCA, a estimativa para o triênio 2020 a 2022 é de 11.180 novos casos ao ano. 

Pensando nisto, o Ministério da Saúde está criando um Grupo de Trabalho sobre o câncer de boca que irá elaborar diretrizes visando qualificar e articular a Rede de Cuidados para prevenção e controle da doença. Também será lançado um Guia de Orientações para atenção Odontológica no Contexto da Covid-19 que prevê que o diagnóstico de câncer de boca deve ser visto com uma ação prioritária para que o cuidado não seja postergado.   

O Ministério da Saúde também está investindo nos cuidados em saúde bucal no contexto da pandemia, liberando incentivo financeiro de quase R$ 190 milhões para reorganização e manutenção dos consultórios odontológicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nos Centros Odontológicos Especializados (CEO). O objetivo é estimular a retomada segura dos atendimentos durante e após a pandemia do coronavírus e, ainda, reforçar junto aos dentistas a necessidade de reconhecer os sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce do câncer de boca e outros agravos de saúde bucal.

 

POLÍTICA NACIONAL 

Instituída em 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) tem como objetivo promover a melhoria das condições de saúde da população masculina brasileira. A normativa é dividida em eixos prioritários, que englobam o acesso e o acolhimento na rede pública de saúde, o planejamento familiar, o incentivo ao acompanhamento da paternidade desde a gestação, a prevenção de violências e acidentes e o cuidado em relação às doenças prevalentes na população masculina. 

 

 

Marina Pagno
Ministério da Saúde


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