Gerontóloga dá dicas de como fazer com que os idosos mantenham a estabilidade emocional
Desde que foi decretado o início da quarentena por conta do COVID-19, a recomendação geral é que todos fiquem em suas casas. Porém, a recomendação é ainda mais firme para que os idosos a cumpram. Isso porque eles são considerados grupos de risco e possuem muito mais chances de agravação da doença ou até mesmo de mortes.
Mas, muito além dos riscos de contrair a doença, temos que nos atentar também a questão da saúde mental dos idosos, que pode ser extremamente prejudicial a eles e aos amigos e familiares que os rodeiam, consequentemente. “É possível que eles sintam uma maior solidão nesse período, e, isso, pode afetar o sistema imunológico deles. Uma imunidade mais baixa possibilita o surgimento de outras doenças e infecções, como a gripe, amigdalite, herpes, além de deixar o corpo mais vulnerável ao próprio coronavírus”, explica Jullyanne Marques, gerontóloga
A questão emocional também acaba se abalando porque a recomendação é que nem os próprios familiares vejam ou visitem as pessoas idosas, facilitando ainda mais o sentimento de solidão. E, no geral, essa falta de contato social pode desencadear transtornos mentais como depressão e ansiedade. “Diante disso, para os idosos que realmente dependem de ajuda, tanto física como psicológica, uma boa recomendação é a contratação de cuidadores de idosos, que possam ser companhia e também cuidar dos possíveis agravamentos desse idosos. Isso claro, desde que esse cuidador esteja seguindo rigidamente todas normas de segurança e higiene para evitar propagação do coronavírus.”, indica a gerontóloga.
Como soluções para ajudarmos a manter a saúde mental desses idosos, podemos ressaltar a importância do contato online com familiares e amigos, ler livros de entretenimento e assuntos leves, estimular o uso de jogos online, tarefas como cozinhar, jardinar, costurar etc. É importante que as atividades propostas levem em consideração a capacidade funcional e cognitiva do idoso, e que promovam um momento de lazer e bem estar.
Segundo
Jullyanne, é necessário ficar atento aos sinais que podem apontar se a saúde
mental foi afetada. “Dentre os principais, podemos destacar a falta de humor ou
irritabilidade, falta de motivação desde a hora que acorda, perder o prazer em atividades
do cotidiano, excesso de preocupação, agitação, inquietação, autonegligência nos cuidados consigo
e de casa.”, finaliza.
JULLYANE MARQUES - Graduada em
Gerontologia pela Universidade de São Paulo. Mestre em Gerontologia pela
Universidade de São Paulo. Extensão em Gerontologia Social pela PUC. Atualmente
cursando MBA Executivo em
Administração: Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde pela FGV.
Tem sua linha de pesquisa voltada para área da Assistência domiciliar,
Gerontologia e Cuidadores de idosos. Atua há 8 anos na gestão de cuidadores e
na assistência domiciliar. CEO da empresa Onix Gestão do Cuidado ao Idoso.
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