Ana Regina Caminha Braga,
psicopedagoga especialista em gestão escolar, fala sobre como os pais e
professores podem ajudar nesses casos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é um
transtorno mental que acomete mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo.
Transtornos psiquiátricos, perda de um ente querido, crises na família e épocas
de isolamento social, como a que estamos vivendo atualmente, são alguns dos
fatores que podem desencadear o transtorno, seja em adultos ou crianças.
Apesar de raro, os casos de depressão infantil aumentam a cada
dia. Dados revelados pela OMS mostram que esse transtorno é a principal causa da incapacidade em realizar
tarefas simples do dia a dia entre jovens de 10 a 19 anos. Aqui no Brasil,
estima-se que 1 a 3% da população entre 0 e 17 anos tenha algum quadro
depressivo. E quem sofre com esse tipo transtorno pode desenvolver
problemas nas mais diversas áreas da vida, como na escola, no trabalho ou no
meio familiar.
De acordo com Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista
em gestão escolar, uma criança pode ficar tão deprimida quanto um adulto, o que
muda é a forma como é interpretado este comportamento. “Pais e professores
devem estar sempre atentos ao comportamento e as emoções da criança”, afirma.
Ouvir as histórias, perguntar como foi o dia e tentar entender a mudança
repentina de humor e atitudes são algumas das dicas para resolver o problema da
melhor maneira possível.
No caso das aulas virtuais, crianças com quadro depressivo
necessitam de uma ajuda extra para encontrar o prazer em estudar. “O professor
deve estar atento ao que acontece durante a aula, dando atenção e incentivando
cada um de acordo com suas necessidades”, explica. Para Ana Regina, a atuação
da equipe pedagógica também é de suma importância em todo esse processo. “O
trabalho com essa criança tem que ser em conjunto. Precisamos articular para
que ela se sinta confortável em todas as áreas, assim como estar atentos aos
efeitos que esse trabalho vem causando. Só assim vamos conseguir possibilitar a
recuperação efetiva da criança com depressão”, detalha.
Para os pais e responsáveis, as medidas são as mesmas: ter um
olhar mais carinhoso e cauteloso, a fim de ajudar a criança no desenvolvimento
de seu autoconceito em relação aos outros. “As crianças precisam de muita
atenção. Elogie e incentive quando ela estiver fazendo alguma coisa. Ela
precisa entender que é importante, que tem pessoas que gostam dela, que a
respeitam e querem seu bem”, completa a especialista.
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