Artista paulistano Ariel Busquila dá dicas para iniciar os pequenos na arte
As
crianças são um poço infinito de criatividade, energia e espontaneidade. Com as
aulas presenciais suspensas por conta da Covid-19 e com mais tempo em casa, os
pais precisam criar brincadeiras, ambientes e técnicas para entretê-las com
qualidade. O momento pode ser o ideal para introduzi-las ao mundo das artes.
Grande parte tem o primeiro contato por meio de rabiscos, desenhos e pinturas,
que podem ser desenvolvidos com o passar dos anos. O artista Ariel Busquila
começou a pintar na infância e acredita que o incentivo seja o primeiro aspecto
a ser considerado pela família.
“Busque
incentivar a criança no processo criativo, deixando-a criar objetos e obras que
tem vontade”, reforça. É importante observar quais são as suas referências, o
que assiste, ouve, comunica… tudo isso vai construindo o mundo e a forma de
expressão dela. Outro fator é a personalidade, que vai ditar a maneira como se
interessa, aprende e manifesta a pintura e o desenho. “Comecei a pintar aos 11
anos e meu primeiro curso foi só de seis meses, pois não tinha concentração
para mais tempo”, lembra Busquila. Nesse sentido, não é indicado forçar a barra
com os pequenos, o desejo pela arte tem de ser natural e partir deles.
Para
começar, os pais devem oferecer os materiais necessários, como lápis, borracha,
papel, lápis de cor, giz de cera, tintas, aquarelas, pincéis... Na prática,
segundo o artista, as crianças devem iniciar pelas técnicas de desenho e
esboço, e depois incrementar com cores e pinturas para realizar o que desejam.
“É importante criar o ambiente adequado, onde se possa sujar e se sentir livre
para criar”, comenta. Separar um espaço da casa para essa atividade pode ser
uma saída, ou até mesmo selecionar uma parede específica para criação livre.
Com
o tempo, é válido pensar em cursos e oficinas que possam trazer novas técnicas
e parâmetros para a criança. O pintor paulistano destaca alguns pontos
relevantes:
-
Busque um ateliê que a criança se sinta confortável para a realização das
obras, de preferência, ateliês livres;
-
Em tempos de quarentena, defina um ambiente adequado em casa para sujar, onde a
criança não fique apreensiva na hora de usar as tintas;
-
Reforce a liberdade criativa do seu filho, sem estipular padrões de
aprendizagem que atrapalhem o desenvolvimento pleno;
-
Incentive a evolução, o aprimoramento de técnicas e a continuação do processo
criativo.
Enquanto
a sociedade convive com a nova realidade imposta pela pandemia, os vídeos e
cursos online são uma opção alternativa. Vale ressaltar que estimular o contato
com a arte traz inúmeros benefícios para as crianças, pois desenvolve as
habilidades motoras e sensoriais, expande a criatividade, aumenta a imaginação,
desperta o senso estético e cognitivo, a observação (reduz a ansiedade), a
concentração e ainda diminui o tempo em frente às telas, tão prejudiciais e
cada vez mais comuns na infância.
Ariel Busquila - Formado em Design de Moda pelo
Instituto Europeu de Design, Ariel Busquila sempre foi ligado às artes. Começou
a ter aulas de pintura aos 11 anos de idade, fez curso de Artes Plásticas no
Centro Cultural Castillo Pittamiglio, em Montevidéu, Uruguai, curso de História
da Arte com Rodrigo Naves e pós-graduação em Práticas Artísticas na FAAP. Teve
a primeira exposição de suas obras aos 20 anos de idade. De lá para cá, já fez
mais de 100 pinturas em aquarela, 150 obras em acrílico sobre tela, fotos e
xilogravura, forma artística que vem experimentando ultimamente. Ariel aposta
em quadros estéticos e não se prende a métodos ou conceitos de um determinado
estilo.
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