Quase
70% dos passageiros de bancos traseiros que morreram em acidentes nas rodovias
brasileiras estavam sem cinto de segurança
Uma
pesquisa
realizada pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) sobre o
uso do cinto de segurança nas rodovias, mostrou números preocupantes.
Descobriu-se que 53% dos passageiro que
transitam no banco traseiro, 15% dos passageiros no banco dianteiro e 13% dos
motoristas não usam cinto de segurança. O mesmo levantamento expôs que, de 2012
a 2014, 69,4% dos passageiros de bancos traseiros que morreram em acidentes nas
rodovias estavam sem cinto de segurança. As vítimas fatais no banco da frente
de passageiro sem cinto chegam a 38,4% e a 50,1% quando falamos dos motoristas.
Não à toa, o não uso do cinto está elencado entre os principais fatores de
risco à segurança viária no Plano Global da
ONU.
Porém,
nem dados como esses, nem a noção do grave risco que corre quem se desloca sem
o dispositivo foram suficientes para, 21 anos depois de ser determinado como
obrigatório em todo território nacional, conscientizar motoristas e passageiros
sobre a importância do uso do cinto de segurança. Esse ainda é um desafio a ser
superado, o que torna campanhas com essa finalidade uma necessidade constante.
Para
Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons, educação
para o trânsito é essencial para conscientizar e melhorar esse cenário. “Cada
cidadão precisa exercer seu protagonismo no trânsito para que as ruas e vias do
Brasil e do mundo se tornem mais seguras. Movimentos como a Década de Ação pela
Segurança do Trânsito, estabelecida pela ONU, entre tantas outras, só terão
sucesso com a adesão consciente de cada um de nós. É preciso que todos entendam
que atitudes simples, como usar cinto de segurança, salvam vidas. Campanhas de
educação e conscientização sempre auxiliam nesse objetivo”, enfatiza Campos.
Sentindo
na pele
Com
o objetivo de conscientizar motoristas e passageiros para a importância do uso
do cinto de segurança, a ARTESP elaborou uma série de ações educativas. Entre
elas, foi desenvolvido um simulador de impacto. Ao passar pela experiência do
simulador a pessoa vivenciava a força do impacto de uma batida (o equipamento
simulava o choque de uma colisão a 5 km/h), e mesmo à baixa velocidade ampliava
a sensibilidade para a importância do uso do cinto de segurança.
O
equipamento foi usado entre 2016 e 2017, passou por 50 municípios do estado de
São Paulo e contou com a participação de mais de 30 mil pessoas. Segundo a
ARTESP ações como o do simulador de impacto têm por objetivo consolidar um
pensamento coletivo para diminuir, cada vez mais, negligências, imperícias e
imprudências no trânsito.
213
mil multas em 2017
A
falta do uso do cinto de segurança gerou 213.356 infrações nas rodovias
federais em 2017, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal. Destas, 143.913
foram pela falta de uso do dispositivo pelo condutor e 69.443 pelos
passageiros.
A
responsabilidade legal da utilização do cinto de segurança é do condutor, que
deve conscientizar, orientar, observar e cobrar o uso do item por parte de
todos os ocupantes do veículo.
A
penalidade para o motorista quando um passageiro é flagrado sem o cinto de
segurança é a mesma quando o próprio condutor está sem ele, resultando em uma
infração grave sujeita à multa no valor de R$ 195,23, retenção do veículo até
colocação do cinto pelo infrator e 5 pontos na carteira, conforme artigo
167 do CTB.
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