Embora homens da
geração X adotem estilo de vida saudável e façam exercícios, o público masculino
não consulta o médico – o que atrasa o diagnóstico de doenças crônicas como a
DPOC
A sigla indica, geralmente, a combinação de duas condições: a bronquite crônica, que é a inflamação dos brônquios, e o enfisema, que é a destruição das paredes dos alvéolos dos pulmões. Os pacientes têm sintomas como falta de ar, tosse seca e pouca disposição para fazer as atividades do cotidiano, porque a doença reduz a passagem de ar nos pulmões. Como os sintomas da DPOC são similares aos de resfriados e outras doenças pulmonares, é comum que as pessoas não deem atenção no começo e procurem ajuda médica quando a condição está avançada. Os números globais sobre a DPOC são alarmantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5% de todas as mortes em 2015 foram causadas pela doençaii.
Há um movimento para a adoção de hábitos mais saudáveis entre os homens. É o que indica a pesquisa "Homens da Geração X: a cultura do envelhecimento desacelerado", da autoridade mundial na previsão de tendências WGSN. Segundo o levantamento, homens de 35 a 50 anos estão preocupados em prolongar a juventude e, para isso, adotam um estilo de vida mais saudável e praticam mais exercício. De fato, outros estudos já apontam a diminuição do número de fumantes do sexo masculino no Brasiliii.
A DPOC é a quarta principal causa de morte no Brasil e, até 2020, deve se tornar a terceiraiv. Para o Dr. José Roberto Megda, pneumologista da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário de Taubaté, é possível mudar esse cenário com o diagnóstico precoce e com medidas que incentivem a mudança de comportamento dos pacientes. "Embora a principal causa da DPOC seja o tabagismo, não significa que pessoas que nunca fumaram estão livres do risco de ter a doença. Poluição, por exemplo, também afeta a função pulmonarv e pode levar ao desenvolvimento da doença", explica. Além disso, um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e exercícios beneficia a saúde de todos.
A ida ao médico é um dos maiores problemas entre o público masculino, o mais afetado pela DPOC. De acordo com uma pesquisa do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo, 70% dos homens que procuram consulta com especialista tomam a decisão pela influência da família (mulher ou filhos)vi.
Desses, mais da metade adiou a ida ao médico, decisão que levou ao diagnóstico em estágio avançado de doençasvi. "Esse comportamento gera um alerta para o diagnóstico e tratamento da DPOC, geralmente causada pelo tabagismo. Ainda que tenha bons hábitos, a consulta com o especialista não pode ser dispensada, até porque a doença pode aparecer a partir dos 40 anos".
Além do acompanhamento médico,
o especialista pontua que o tratamento com medicamentos é fundamental para
manter as atividades habituais do paciente – principalmente dessa geração X,
que é ativa. "O uso adequado da medicação é fundamental para evitar complicações
pela doença e limitações na rotina do paciente. Uma das opções de tratamento é
o tiotrópio, que reduz em 16% o risco de morte nos pacientes com DPOC",
reforça o médico. O diagnóstico precoce, com o exame de espirometria e a
avaliação médica, é a principal medida para evitar complicações. Pacientes
com exacerbações frequentes possuem 4,3 vezes mais risco de morte do que os que
realizam o tratamento adequado e não enfrentam exacerbaçõesvii.
Boehringer Ingelheim
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