Sol, praia, piscina e muito calor, combinação
perfeita para quem quer curtir a estação mais desejada do ano. No entanto, esse
período esconde inimigos invisíveis que podem se alojar e aumentar a
proliferação de fungos e bactérias, nas regiões íntimas das mulheres.
Um dos
fatores que contribuem para o surgimento do problema, é o uso prolongado de
roupas molhadas como o biquíni. Segundo o ginecologista e obstetra, Dr.
Domingos Mantelli, essa prática é muito comum entre as mulheres, além de ser um
forte aliado no surgimento das infecções.
“No verão
as mulheres estão mais suscetíveis a infecções tanto externas (na vulva) quanto
internas (na vagina). Isso ocorre porque a umidade na região íntima provocada
pela alta temperatura e pelo uso prolongado de biquíni molhado, torna o local
próprio para a sobrevivência e disseminação de bactérias outros germes.)”
afirma o ginecologista.
O
especialista alerta que, o uso de roupas apertadas, em especial a calça jeans,
produtos perfumados, também são fortes agravantes para o surgimento das
infecções.
Entre os
problemas mais comuns, está a candidíase vulvovaginal, doença que, segundo a
Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), afeta
75% da população feminina nesta época do ano. Provocada por fungos oportunistas
que já vivem no corpo, seus principais sintomas são coceira, ardência,
vermelhidão e secreção vaginal. O tratamento inclui o uso de antifúngicos orais
e locais, além de cremes externos para aliviar a coceira.
Já a
vaginose bacteriana é outra doença relacionada a muita umidade e calor na área
genital. Causada principalmente pela gardnerella vaginalis, ela se manifesta
por um odor desagradável e, às vezes, por corrimento amarelado. Para combater
essa doença é necessário o uso antibióticos tópicos e orais.
“É
importante alertar que em ambos os casos, candidíase vulvovaginal e vaginose
bacteriana, a mulher pode transmitir a doença para o parceiro. Caso isso venha
acontecer, é preciso tratar o casal para não ficar retransmitindo a doença um
para o outro”, alerta o médico.
PROTEÇÃO
VAGINAL
A vagina
conta com mecanismos que a mantém ácida para defender naturalmente contra a
presença de bactérias e fungos. Anticorpos e células de defesa também controlam
os invasores indesejáveis e previnem as infecções. Porém, esse sistema falhará
se a mulher não se atentar aos cuidados com a higiene, utilizar roupas
apertadas e de tecido sintético e usar produtos perfumados (sabonetes e
absorventes) dos quais podem provocar alergia. A baixa imunidade, as alterações
hormonais e o uso de antibióticos também favorecem para o surgimento das
doenças.
CUIDE-SE:
- Ao sair
da água, troque o biquíni ou maiô imediatamente por roupas secas;
- Evite
tirar todos os pelos do órgão genital e não se depile no mesmo dia que vai à
praia ou mergulhar na piscina. Isso pode causar minúsculas lesões na pele, que
fica desprotegida e exposta à contaminação;
- Fuja
das roupas sintéticas nos dias mais quentes. Esse tecido impede a ventilação na
vagina. Prefira as calcinhas de algodão;
- As
calcinhas devem ser lavadas sempre com sabão de coco ou sabonete neutro. Evite
amaciante e água sanitária nas peças;
- Não
durma com absorvente íntimo. Ele deve ser trocado com regularidade. Dormir sem
calcinha pode ser uma boa solução para arejar a região genital;
- Opte
por sabonetes à base de glicerina, já que os sabonetes íntimos combatem tanto
os microorganismos nocivos quanto os necessários à vagina. Se usar sabonete, a
quantidade deve ser pequena;
-
Consulte o ginecologista regularmente para realizar exames ginecológicos de
rotina
Dr. Domingos Mantelli - Ginecologista e obstetra é formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e
pós-graduado em residência médica na área de ginecologia e obstetrícia pela
mesma instituição. Também é autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o
olhar do obstetra”.
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