Atualmente,
o tumor de bexiga – também conhecido como urotelioma vesical ou carcinoma de
células transicionais de bexiga – constitui-se na quarta
doença neoplásica (câncer) em incidência no homem nos
Estados Unidos e a oitava causa mais comum de mortes por câncer. Na grande
maioria das vezes, o tumor de bexiga desenvolve-se de modo assintomático e é
identificado após o paciente urinar com sangue e sem dor, motivo esse que o
leva a consultar um Urologista, médico especializado em doenças do aparelho
urinário.
Estima-se
que 81.190 novos casos de câncer de bexiga (cerca de 62.380 em homens e 18.810
em mulheres) e 17.240 óbitos ocorreram nos Estados Unidos em 2018 (cerca de
12.520 em homens e 4.720 em mulheres). A incidência dos tumores aumenta com a
idade, sendo que geralmente o diagnóstico é realizado entre a sexta e a oitava
décadas de vida, com predomínio da incidência para pacientes do sexo masculino,
na razão de 4 para 1. Nos Estados Unidos, a incidência do urotelioma vesical é
duas vezes maior em pacientes brancos do que em negros, sendo mais comum nas
cidades industrializadas.
No Brasil,
estimam-se 6.690 novos casos de câncer de bexiga em homens e 2.790 em mulheres,
para cada ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco
estimado de 6,43 novos casos a cada 100 mil homens, ocupando a sétima posição;
e de 2,63 para cada 100 mil mulheres, ocupando a 14ª posição em incidência,
segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer).
Sabe-se que
a manifestação do tumor vesical se relaciona com tempo prolongado de exposição
do urotélio (tecido que reveste o interior da bexiga que fica em contato com a
urina) aos agentes carcinogênicos, que estão associados, principalmente, ao
hábito de fumar, atividades profissionais, além do uso crônico de drogas
quimioterápicas como a ciclofosfamida e radioterapia na região pélvica. Outras
causas menos frequentes lembradas, são: pedras ou cateteres de urina deixados
na bexiga por muito tempo, defeitos congênitos (anomalias da anatomia ao
nascimento) e fatores genéticos.
Destacamos que o hábito de fumar é o fator de risco
mais importante para o câncer de bexiga. Fumantes têm pelo menos 3 vezes mais
chances de ter câncer de bexiga do que os não-fumantes. Fumar é responsável por
aproximadamente metade de todos os cânceres de bexiga em homens e mulheres.
Nessa questão, inclui-se também pessoas que não fumam e estão em íntimo contato
com tabagista, ou seja: respiram a mesma fumaça do cigarro e são conhecidos
como “fumantes passivos”.
Os trabalhadores de indústrias química também podem
ter um maior risco de câncer de bexiga, principalmente os das indústrias que
são fabricantes de borracha, couro, derivados de petróleo, solventes, têxteis e
produtos de pintura.
Outros trabalhadores com um risco aumentado de
desenvolver câncer de bexiga incluem pintores, maquinistas, impressores,
cabeleireiros (provavelmente, devido à grande exposição a tinturas de cabelo) e
motoristas de caminhão (provavelmente, devido à exposição a fumaça de diesel).
O tabagismo e exposições no local de trabalho podem
agir em conjunto para causar câncer de bexiga e, assim, ter uma probabilidade
muito maior de desenvolver o câncer de bexiga.
A grande pergunta é : O câncer de bexiga pode ser
prevenido?
Alguns fatores de risco, como idade, sexo,
raça e histórico familiar, não podem ser controlados. Mas podemos diminuir o
risco se, por exemplo, você não fuma ou se limita o tempo de exposição a
determinados produtos químicos no local de trabalho. Dica: Se você trabalha em
um local onde possa estar exposto a esses produtos químicos, siga as boas
práticas de segurança no trabalho, além de não fumar.
Coma muitas frutas e legumes. Alguns estudos
sugerem que uma dieta rica em frutas e vegetais pode ajudar a proteger contra o
câncer de bexiga, entre outros. Beba muita água e quando você sentir vontade de
urinar, não segure por muito tempo, urine!!
Marco Aurélio Lipay - doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP, titular
em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, membro Correspondente da
Associação Americana de Urologia e autor do Livro Genética Oncológica Aplicada
a Urologia.
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