Sustentabilidade é uma palavra que cada vez mais
aparece como acompanhamento. Empresa sustentável, iniciativa sustentável, produto
sustentável e, também, turismo sustentável.
Esse último vem em uma discussão crescente e o ano
de 2017 foi dedicado a ele pela Organização das Nações Unidas (ONU) devido sua
importância financeira – o turismo representa cerca de 10% das atividades econômicas
mundiais e emprega uma a cada 10 pessoas no mundo – e também cultural, uma vez
que é agente motivador da troca de culturas e experiências nas diferentes
nações.
Essa troca ocorre em escala cada vez maior: no ano
passado, 1,3 bilhão de pessoas foram chamadas turistas, número em constante
crescimento desde a crise econômica de 2008. Com a ascendência das viagens, se
intensificam também as preocupações ambientais e sociais, em tempos que o
turismo massivo vem sendo cada vez mais criticado e rejeitado nos maiores
destinos receptores, como em Barcelona, na Espanha, e em Veneza, na Itália,
pensar a atividade de forma sustentável se torna cada vez mais essencial.
Motivados pela cultura pop, aéreas low-cost
e vontade de conhecer o diferente, diversas cidades do mundo viram o número de
visitantes multiplicar nos últimos anos. Em Dubrovnik, na Croácia, depois do
sucesso da série Game Of Thrones, que teve cenas gravadas em seu centro
histórico, a prefeitura decidiu limitar a quantidade diária de turistas na
região para evitar que o local, tombado como patrimônio histórico, sofresse
danos irreparáveis com o elevado número de visitantes.
Já na questão ambiental, o turismo também tem vez,
uma vez que é responsável por 8% das emissões de gases do efeito estufa, quando
considerados os meios de transporte e a pegada ambiental deixada pelos
turistas, de acordo com pesquisa divulgada em 2018, pela Universidade de
Sydney.
É fato: políticas de compensação ambiental estão
sendo implementadas, assim como as empresas que compõe o setor tem se importado
cada vez mais com o seu papel e sua responsabilidade na cadeia produtiva. Elas
vêm desenvolvendo projetos próprios para melhorar a comunidade em que estão
inseridas, bem como seu entorno, de modo a garantir o futuro próspero do
segmento.
Quando pensamos em desenvolvimento sustentável,
temos que levar em conta um tripé que engloba o sucesso econômico, social e
ambiental e, trabalhar o turismo nessas três frentes se torna um desafio, porém
quando bem-sucedido auxilia na conquista de três dos 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU – Trabalho Decente e
Crescimento Econômico, Consumo e Produção Responsáveis e Vida na Água. Neste
contexto, não há dúvidas de que a consolidação de uma forma sustentável de
fazer viagens trará mais benefícios para a indústria, com geração de mais
empregos, riqueza e perpetuação de seus pontos de interesse como praias, sítios
históricos e monumentos culturais.
Por definição, o desenvolvimento sustentável do
turismo requer a participação ativa de todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Dos agentes de viagem aos governos, passando pelos turistas, prestadores de
serviços e pela sociedade, todos devem ter em mente que a continuidade da
atividade passa pela utilização consciente dos recursos naturais, humanos e
econômicos e, novas formas de alcançar esse ideal são sempre bem-vindas e devem
ser fomentadas.
Em tempos em que o consumo consciente está cada vez
mais em pauta, com 75% dos brasileiros acreditando que a obtenção excessiva de
bens está colocando o meio ambiente em risco, de acordo com pesquisa divulgada
em 2015 pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS) em parceria com a HAVAS, pensar e praticar o turismo de forma
responsável é essencial e urgente.
Os tempos são outros e a hora é agora: de pequenas
ações que impactem diretamente a vida na comunidade local, a grandes projetos
que interfiram positivamente na vida de muitos, tudo é válido para que essa
atividade tão importante e que afeta diretamente tantas pessoas possa continuar
existindo e sendo benéfica para o engrandecimento pessoal e nacional de todos
aqueles que atravessam delimitações territoriais.
Adonai Aires de Arruda Filho - diretor do Núcleo de
Turismo da Higi Serv, integrado pela BWT Operadora e pela Serra Verde Express
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