A febre
amarela continua atingindo os primatas silvestres e os casos de óbitos no
Brasil são assustadores. Infelizmente, não existe uma vacina ou qualquer tipo
de tratamento que possa ser aplicado aos animais silvestres que contraiam a
doença e o número de mortes é tão grande que, em algumas regiões, há um risco
eminente de extinção de algumas espécies de primatas.
Em
cativeiro, a única alternativa para proteger esses animais é o isolamento
físico por meio de camadas de telas mosquiteiros e corredores de segurança,
impedindo a entrada de qualquer vetor da doença. E é dessa maneira que os
primatas que residem na Mata Ciliar, no interior de São Paulo, estão isolados,
aguardando uma solução que parece estar muito longe de acontecer.
Por conta da
febre amarela os bugios e sauás que residem na AMC estão em um ambiente isolado
protegidos por telas antimosquitos. A medida parece ser radical mas reflete a
terrível situação que esses primatas estão passando. Infelizmente a doença está
dizimando populações de macacos no interior paulista, principalmente bugios e sauás
que, após infectados, dificilmente conseguem sobreviver. Portanto, esses
indivíduos que estão provisoriamente em cativeiro podem ser uma esperança para
repovoar ambientes naturais onde essas espécie perdeu um grande número de
indivíduos, uma parceria entre o Instituto 100% Animais e a Associação Mata
Ciliar viabilizou a adaptação desse espaço.
Desde o
começo desse ano recebemos um número inesperado de primatas feridos, vítimas de
agressão causada pela desinformação sobre a febre amarela. Com o alarde e a
falta de esclarecimento muitas pessoas acreditam que os macacos são os
transmissores da doença e que devem ser exterminados quando vistos por perto.
Ao contrário, bugios, pregos, sauás e saguis são sinalizadores do problema pois
são muito sensíveis a doença por viverem nas matas expostos aos mosquitos que
transmitem a febre amarela. Quando um macaco aparece doente é um alerta para
que os órgãos da saúde tomem as medidas preventivas necessárias. Assim, vamos
proteger nossos primatas que além das suas funções ambientais também cumprem
esse importante serviço para toda a sociedade, afirma a veterinária Jéssica
Paulino.
Vídeos da
campanha contra a febre amarela para orientação da população feitas
pelos atores e comediantes Marcelo Médici (Mico-leão), Marlei Cevada
(Praça é Nossa) e Rodrigo Capella:
Marcelo
Médici - https://www.youtube.com/watch?v=jw20jMCPlkg
Marlei
Cevada - https://www.youtube.com/watch?v=Kl0OA5KSZqo
Rodrigo
Capella - https://www.youtube.com/watch?v=9ZqzskINGjs
Sobre
a Mata Ciliar
A Associação
Mata Ciliar (AMC) nasceu em 1987 com a preocupação pela conservação dos cursos
de água no interior do estado de São Paulo, um recurso natural que, naquela
época, já sofria com a falta de planejamento do poder público e conscientização
da sociedade.
Para
recuperação das áreas degradas e das matas ciliares, desenvolvemos um programa
de produção e plantio de mudas nativas. Essas ações sempre foram realizadas com
as comunidades rurais, que consideramos os verdadeiros “produtores de água”.
Em 1997,
iniciamos os trabalhos com a fauna através do Centro de Reabilitação de Animais
Silvestres (CRAS) e com o Centro para Conservação dos Felinos Neotropicais
(Centro de Felinos).
Em todos
esses programas, sempre incorporamos a Educação Ambiental como a principal
ferramenta de mudança para um futuro socioambiental sustentável.
Sobre
o Instituto 100% Animais
O Instituto
100% Animais é uma organização do terceiro setor, constituída por empresários,
que tem como objetivo promover ações efetivas em benefício ao bem-estar dos
animais não humanos no Brasil. Construindo pontes entre cidadãos, empresas
privadas e organizações de proteção animal, para que juntos possam viabilizar a
ampliação qualitativa do atendimento aos animais, o Instituto 100% Animais
dedica-se a criação de instrumentos e articulação de projetos que impulsionem o
desenvolvimento sustentável das organizações do terceiro setor que tem como
público-alvo os animais.
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